O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça-feira (11) que está aberto a uma “troca direta” de territórios com a Rússia se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conseguir levar os dois países vizinhos à mesa de negociações para pôr fim a uma guerra que está prestes a completar três anos.
Em uma entrevista ao jornal britânico The Guardian, Zelensky afirmou que, se for o caso, ele estaria disposto a ceder as terras que as forças ucranianas controlam na região de Kursk, na Rússia, onde iniciaram uma ofensiva surpresa há seis meses.
“Trocaremos um território por outro”, disse Zelensky, acrescentando que não sabia quanto das terras ocupadas pela Rússia a Ucrânia pediria em troca.
“Não sei, vamos ver. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há prioridade”, acrescentou.
Zelensky ressaltou que está preparado para negociar, desde que a Ucrânia esteja em uma “posição de poder”, e sugeriu que tentaria manter Trump a seu lado, oferecendo contratos lucrativos para a reconstrução do país.
“Aqueles que estão nos ajudando a proteger a Ucrânia terão a possibilidade de renová-la com suas empresas, juntamente com as empresas ucranianas. Estamos prontos para falar sobre todas essas coisas em detalhes”, declarou.
Zelensky advertiu nesta terça-feira que, se Trump retirar a ajuda à Ucrânia, a Europa sozinha não será capaz de sustentá-la.
“Há vozes dizendo que a Europa poderia fornecer garantias de segurança sem os americanos, e eu sempre digo que não. Garantias de segurança sem os Estados Unidos não são garantias reais de segurança”, frisou o presidente ucraniano ao Guardian.
Em resposta, Zelensky afirmou ao jornal britânico que “não é do interesse dos Estados Unidos” que esses minerais acabem nas mãos dos russos e sejam potencialmente compartilhados com Coreia do Norte, China e Irã.
“Não estamos falando apenas de segurança, estamos falando de dinheiro. Recursos naturais valiosos onde podemos oferecer aos nossos parceiros possibilidades que não existiam antes para investir neles. Para nós, isso criará empregos, para as empresas americanas, criará lucros”, argumentou.
Questionado sobre uma possível reunião com Trump, Zelensky disse que “ainda não há data”, embora as equipes de ambos os presidentes estejam trabalhando para acertar as agendas.
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