O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a cidade de Munique, na Alemanha, será sede de uma reunião entre representantes de alto nível dos Estados Unidos, Rússia e Ucrânia, nesta sexta-feira (14).
“Haverá uma reunião em Munique. A Rússia estará lá com nosso pessoal. A propósito, a Ucrânia também foi convidada. Não tenho certeza de quem exatamente estará lá de cada país, mas haverá pessoas de alto nível da Rússia, Ucrânia e Estados Unidos”, afirmou o presidente americano a jornalistas no Salão Oval da Casa Branca, nesta quinta-feira (13).
A partir desta sexta, acontece a Conferência de Segurança de Munique, encontro que reunirá mais de 60 chefes de Estado e de governo, incluindo o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance. A Rússia não foi oficialmente convidada para o evento.
Na quarta-feira, Trump conversou por mais de uma hora por telefone com o ditador russo Vladimir Putin e, em uma mensagem na rede social Truth Social, anunciou que os dois países haviam chegado a um acordo para iniciar “negociações imediatas” para acabar com a guerra na Ucrânia. Mais tarde, ele também conversou com Zelensky e afirmou que ele também “quer a paz”.
No mesmo dia, Trump declarou que a aspiração da Ucrânia de se juntar à Otan é “impraticável” e considerou “improvável” que o país consiga recuperar todos os territórios que a Rússia lhe tomou desde 2014, incluindo a península da Crimeia.
Logo depois do anúncio de Trump sobre um provável início de negociações entre os dois lados do conflito, Dmytro Lytvyn, conselheiro do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que nenhuma conversa com a Rússia é esperada para esta sexta-feira.
Segundo Lytvyn, Estados Unidos, Ucrânia e Europa ainda precisam estabelecer uma posição comum antes de iniciar as conversas de paz com Moscou.
Vance defende sanções e ações militares para fazer Putin aceitar acordo
O vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, falou em “impor sanções” e até mesmo “ações militares” como formas de pressionar Putin a aceitar um acordo sobre a guerra na Ucrânia.
Em entrevista ao jornal The Wall Street Journal, Vance afirmou que a Ucrânia deve ter “independência soberana” e acrescentou que o acordo que sair das negociações para acabar com a guerra será “surpreendente”.
Vance disse ainda ao jornal que a opção de enviar tropas americanas para a Ucrânia se Moscou não negociar de boa-fé continua “sobre a mesa”, adotando um tom muito mais duro do que o do secretário de Defesa, Pete Hegseth, que na quarta-feira sugeriu que os EUA não mobilizariam forças militares.
“Existem ferramentas econômicas de influência, e é claro que existem ferramentas militares de influência” que os Estados Unidos poderiam usar contra Putin, afirmou o vice-presidente.
A entrevista aconteceu horas depois de Trump dizer que em breve iniciará negociações com Putin para acabar com a guerra na Ucrânia.
“O presidente não vai entrar nisso cegamente. Ele vai dizer: ‘Tudo está na mesa, vamos fazer um acordo’”, afirmou Vance, que discursará nesta sexta-feira na Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha.
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