O Kremlin refutou nesta quarta-feira (12) uma possível troca de distritos fronteiriços ocupados pela Ucrânia na região de Kursk por territórios sob controle do Exército russo na Ucrânia.
“Isso é impossível. A Rússia nunca abordou e nunca abordará a questão da troca de nosso território”, afirmou hoje o porta-voz do Executivo russo, Dmitry Peskov, em sua coletiva de imprensa diária por telefone.
Peskov enfatizou que “unidades ucranianas serão expulsas deste território, todas elas. Aqueles que não forem expulsos serão liquidados”.
O porta-voz se referiu assim às declarações da véspera do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sobre uma “troca direta” de territórios como parte de futuras negociações de paz com a Rússia.
No último dia 6 de fevereiro se completaram seis meses desde a incursão ucraniana em Kursk, uma operação ousada que pegou a guarda de fronteira russa completamente desprevenida.
Desde então, os russos conseguiram recuperar mais de 60% do território sob controle ucraniano, mas não conseguiram expulsar o inimigo de vez.
Zelensky disse desde o início que Kiev estava considerando usar Kursk como “moeda de troca”, embora não tenha especificado o objetivo dessa troca.
Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o presidente ucraniano declarou que, se necessário, estaria disposto a abrir mão do território que Kiev detém na região russa.
“Trocaremos um território por outro”, afirmou Zelensky, acrescentando que não sabia quanto das terras ocupadas pela Rússia a Ucrânia pediria em troca: “Não sei, veremos. Mas todos os nossos territórios são importantes, não há nenhuma prioridade”.
Essas declarações ocorrem dias antes da Conferência de Segurança de Munique (Alemanha), que começa nesta sexta-feira, na qual Zelensky deve se encontrar com o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, para abordar a resolução do conflito.
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