sexta-feira , 19 dezembro 2025
| Cidade Manchete
Lar Economia Produção industrial perde fôlego em abril e cresce apenas 0,1%, diz IBGE
Economia

Produção industrial perde fôlego em abril e cresce apenas 0,1%, diz IBGE


A produção industrial brasileira cresceu apenas 0,1% em abril deste ano na comparação com março de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira (3) pelo. Apesar de representar o quarto resultado positivo consecutivo, o avanço quase nulo acende um sinal de alerta quanto à perda de fôlego do setor.

Na comparação com abril de 2024, houve retração de 0,3%, encerrando uma série de dez meses seguidos de crescimento na produção industrial do país. Apesar disso, o resultado positivo alcançou três das quatro categorias pesquisadas e 13 dos 25 ramos analisados.

“Vale destacar que com esses resultados, a produção industrial se encontra 3,0% acima do patamar pré-pandemia, ou seja, fevereiro de 2020, mas ainda 14,3% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011”, disse André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE.

VEJA TAMBÉM:

O acumulado em 12 meses indica uma expansão de 2,4%, mas com desaceleração na comparação com os meses anteriores — março (3,1%), fevereiro (2,6%) e janeiro (2,9%). Entre as grandes categorias econômicas pesquisadas, destacaram-se os resultados positivos de bens de capital (1,4%), bens intermediários (0,7%) e bens de consumo duráveis (0,4%).

Já os bens de consumo semi e não duráveis recuaram 1,9%, puxando o índice geral para perto da estagnação. No acumulado do ano, o crescimento é de 1,4%.

Segundo o IBGE, as indústrias extrativas cresceram 1% e acumulam alta de 7,5% nos últimos três meses, impulsionadas principalmente pela maior extração de petróleo e minério de ferro. Também contribuíram positivamente os setores de bebidas (3,6%), com aumento na produção de cervejas, chopes e refrigerantes, e o de veículos automotores, reboques e carrocerias (1%). Outro destaque foi o segmento de impressão e reprodução de gravações, que teve salto de 11,0%.

Por outro lado, 11 das 25 atividades industriais tiveram queda em abril, como nos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,5%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-8,5%).

“Ambas as atividades eliminaram parte dos avanços verificados em março de 2025. Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis havia avançado 3,4% e foi influenciada pela redução na produção do álcool e derivados do petróleo, enquanto a queda na indústria farmacêutica, após crescimento de 12% em março, foi influenciada pela queda na fabricação de medicamentos”, pontuou Macedo.

Também registraram quedas os segmentos de celulose, papel e produtos de papel (-3,1%), móveis (-3,7%), máquinas e equipamentos (-1,4%), produtos diversos (-3,8%) e materiais elétricos (-1,9%).

A comparação com abril de 2024 aponta um cenário mais preocupante, em que o recuo de 0,3% interrompe uma sequência positiva que durava desde junho de 2023. A queda, diz o gerente do IBGE, foi influenciada “não só pelo efeito-calendário, com dois dias úteis a menos, mas também por uma base de comparação elevada, já que abril de 2024 teve forte crescimento de 8,4%”.

Entre as grandes categorias econômicas, a maior retração na comparação interanual veio dos bens de consumo semi e não duráveis (-5,4%), seguidos dos bens de capital (-3,3%). Em contraste, os bens intermediários (1,9%) e os bens de consumo duráveis (2%) apresentaram crescimento.

Na lista das atividades com pior desempenho anual, destacam-se produtos alimentícios (-4,9%), veículos automotores (-3,7%), derivados do petróleo e biocombustíveis (-2,9%) e produtos farmacêuticos (-9%). Também apresentaram quedas os segmentos de materiais elétricos (-6,7%), papel e celulose (-3,8%), impressão e reprodução (-17,5%), couro e calçados (-5,3%), vestuário (-3,8%) e plásticos (-1,5%).

Por outro lado, nove atividades industriais registraram aumento em relação ao mesmo mês do ano anterior. O principal destaque foi a indústria extrativa (10,2%), seguida por manutenção e instalação de máquinas e equipamentos (10,4%), metalurgia (4,4%), produtos têxteis (6,6%), bebidas (2,5%) e produtos químicos (0,9%).



Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Economia

Versão final do orçamento é aprovada com R$ 50 bi para emendas

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional aprovou, nesta sexta-feira...

Economia

Véspera de Natal é feriado ou ponto facultativo? E de Ano-Novo?

A aproximação das festas de fim de ano costuma gerar dúvidas entre...

Economia

Carro voador da Embraer faz 1º teste no interior de São Paulo

Um protótipo de aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL, popularmente...

Economia

Grevistas devem manter 80% do efetivo dos Correios, manda TST

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que servidores em greve nos...