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Panamá anuncia saída do acordo da Nova Rota da Seda



O presidente do Panamá, o conservador José Raul Mulino, confirmou nesta quinta-feira (6) que seu país encerrará o acordo comercial feito com a China da iniciativa Nova Rota da Seda, considerado o “projeto do século” de Pequim.

“Nosso embaixador em Pequim apresentou o documento correspondente ao acordo para anunciar o cancelamento com 90 dias de antecedência”, afirmou Mulino em uma coletiva de imprensa, enfatizando que a decisão partiu totalmente dele.

A medida, que foi confirmada nesta quinta-feira pelo próprio governo panamenho, surge após pressão dos EUA para que o país reduza a alegada influência chinesa no Canal do Panamá, algo que o Panamá nega a existência.

Mulino disse que planeja conversar nesta sexta-feira com Trump. “Recebi a confirmação há poucos minutos de um funcionário sênior de que falarei com o presidente Trump às 15h30 (17h30 de Brasília)”, escreveu Mulino na rede social X.

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, realizou uma viagem diplomática na semana passada para países da América Central e República Dominicana, que contou com uma parada no Panamá.

Na ocasião, o representante do governo de Donald Trump disse que os EUA poderão “tomar medidas” contra o país centro-americano se a influência da China no Canal não for reduzida.

Segundo Rubio esclareceu ao presidente panamenho no encontro, a Casa Branca acredita que a presença de Pequim na área do canal pode violar um tratado de neutralidade que levou os EUA a entregarem a hidrovia, construída por eles, ao Panamá em 1999.

Analistas acreditam que as últimas declarações do governo Trump podem estar relacionadas ao fato de que algumas das empresas que operam os portos ao redor do canal são chinesas. “Os portos adjacentes, todos eles, não têm voz na administração do canal. Nenhuma. Nem na operação, controle ou manutenção do canal. Eles são, como são chamados, atividades auxiliares. Ou seja, eles servem a um propósito na navegação que usa o canal, mas não têm absolutamente nada a ver com o canal”, argumentou Mulino.

Os cinco principais portos do Panamá são operados por multinacionais de EUA, Singapura, Taiwan e Hong Kong. Dois desses portos, Balboa (Pacífico) e Cristobal (Atlântico) – bem nas respectivas entradas do canal – são operados por uma subsidiária da CK Hutchison Holdings, uma multinacional com sede em Hong Kong, que agora está sendo auditada pelas autoridades panamenhas.

O Canal do Panamá foi construído pelos EUA, que o inauguraram em 1914 e o administraram até sua transferência para o Estado panamenho em 31 de dezembro de 1999, conforme estabelecido nos Tratados Torrijos-Carter assinados em 7 de setembro de 1977 em Washington entre o então presidente Jimmy Carter e o general panamenho Omar Torrijos.

A iniciativa da Nova Rota da Seda envolve um investimento da China em projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento e ganhou muito espaço nos últimos anos na América Latina.



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