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Ministro de Lula culpa tarifaço de Trump e juros por menos empregos em agosto


O ministro Luiz Marinho, do Trabalho e Emprego, culpou o tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil e a alta taxa básica de juros pela criação menor de empregos formais no Brasil em agosto, de acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na segunda (29). A taxação de 50% sobre dezenas de produtos exportados para os Estados Unidos afetou a economia de diversos estados brasileiros.

Segundo os dados do Caged, o país abriu 147 mil vagas de trabalho com carteira assinada em agosto, resultado inferior aos 239 mil postos criados no mesmo mês de 2024 e abaixo da expectativa de quase 182 mil empregos prevista por economistas consultados pela Bloomberg.

O balanço é fruto de 2,2 milhões de contratações e 2 milhões de demissões no período. No acumulado dos últimos 12 meses, o saldo chega a 1,4 milhão de empregos, ainda assim em queda frente ao mesmo intervalo do ano passado.

“Há alguma influência da tarifa, que pode impactar um pouco no Rio Grande do Sul. [Mas] o maior impacto é do juros. A tarifa impacta em alguns setores específicos, especialmente que trabalham com exclusividade para produtos para o comércio americano. O juro interfere no conjunto da economia, não nos setores específicos. Ele pega pesado no ritmo do crescimento”, disse Marinho.

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Entre os setores analisados, o de serviços liderou a criação com 81 mil vagas, com destaque para administração pública (39 mil) e informação (12 mil). O comércio respondeu por 32 mil novos postos, enquanto a agropecuária foi a única a registrar saldo negativo, com menos 2,6 mil empregos, resultado influenciado pelo fim da safra de café, que eliminou 10 mil vagas.

Na divisão por estados, a Paraíba teve o maior crescimento proporcional de empregos formais, com alta de 1,61%, seguida pelo Rio Grande do Norte (0,98%) e Pernambuco (0,82%).

Em números absolutos, São Paulo e Rio de Janeiro lideraram, enquanto o Rio Grande do Sul foi o único a registrar retração, com 1.648 vagas a menos, queda de 0,06%.

Marinho também criticou a decisão do Banco Central de manter a taxa Selic em 15%, patamar que, segundo o Comitê de Política Monetária (Copom), deve permanecer elevado por mais tempo.

“Espero que não permaneçam com tarifas absurdas praticadas na economia brasileira. Não sou especialista no assunto, mas a experiência me diz que é um equívoco respaldado por muitos. Espero que os santos dos juros baixos possam atacar”, pontuou.

Um estudo do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) já havia antecipado a desaceleração da criação de empregos em 2025. Apesar do saldo positivo, a tendência preocupa o governo e reforça o peso da política monetária sobre o mercado de trabalho.



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