O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) nega que tenha aberto investigações sobre a interferência da organização Me Too Brasil no processo de licitação do Disque 100.
A afirmação foi feita pelo ex-ministro Silvio Almeida em entrevista ao UOL nesta segunda (24). Ele se defendia de acusações de assédio sexual feitas por diversas mulheres, como a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco.
A alegação contra a Me Too Brasil surgiu em setembro do ano passado, quando Silvio ainda era ministro e tentava se defender das denúncias de assédio que foram recebidas e agrupadas pela organização.
Na ocasião, o MDHC divulgou uma nota oficial em seu site acusando a entidade de “tentar interferir indevidamente em uma licitação do órgão”.
Ao UOL, nesta segunda (24), Almeida afirmou que, quando era ministro, havia sido informado que “havia alguma relação do Me Too com o ministério”.
“Procurei saber qual era o envolvimento. Documentos mostraram que havia uma tentativa de relação. Mandamos investigar. Mas quem vai decidir sobre isso é a Justiça”, disse.
A organização Me Too Brasil recebeu um posicionamento da pasta em outubro, após entrar com um pedido de Lei de Acesso à Informação (LAI).
Na resposta, o ministério afirma por meio da Assessoria Especial de Controle Interno que “não realizou ações de auditoria, até mesmo por falta de competência regimental para isso”.
Também diz que “sequer tomou conhecimento de ‘irregularidades’ no desenho da licitação que ensejasse abertura de processo administrativo para apuração”.
A pasta afirmou que a nota de setembro foi publicada “por determinação da então alta gestão do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania [então comandado por Silvio Almeida]”. E que à equipe responsável pela comunicação na época “coube o cumprimento da determinação, uma vez que é subordinada ao gabinete ministerial”.
O documento também revela que após o afastamento do então ministro Silvio Almeida, a nova gestão interina optou por retirar a nota do ar. O MDHC entendeu que “hipóteses levantadas no texto devem ser objeto de averiguação pelas instâncias responsáveis, antes de qualquer comunicação oficial”.
A pasta também informou que não havia registro de superfaturamento na licitação, que ainda estava em fase de análise interna à época da resposta enviada ao Me Too Brasil.
O Me Too Brasil afirma que tanto a nota de setembro quanto a recente entrevista do ex-ministro “configuram tentativas de desviar a atenção dos graves relatos apresentados pelas vítimas de assédio sexual”.
“Essa postura, comum entre acusados de assédio, visa desmoralizar as vítimas e atacar quem traz à tona os abusos, desviando o foco da apuração dos fatos”, continua.
A organização diz que não participou de quaisquer licitações, “tendo atuado unicamente por meio do envio de recomendações formais estabelecidas entre o Governo Federal e a sociedade civil, com o objetivo de fortalecer as políticas públicas de direitos humanos”.
SERPENTINA
A atriz Alessandra Negrini, rainha do Acadêmicos Baixo Augusta, e o escritor Marcelo Rubens Paiva marcaram presença no desfile do bloco, no domingo (23), em São Paulo. O cortejo fez uma homenagem ao filme “Ainda Estou Aqui“, que é baseado em livro de Paiva. A atriz Tainá Müller e a cantora Ana Cañas passaram por lá.
com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH
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