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Milei endossa tese sem prova de bolsonaristas sobre fraude – 22/02/2025 – Poder

O presidente da Argentina, Javier Milei, endossou neste sábado (22) a tese difundida sem provas por apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) de que ONGs americanas financiaram “fraudes eleitorais no Brasil”.

A acusação que tem na mira a Usaid, entidade alvo de ataques e desmonte do presidente Donald Trump, não tem fundamento, mas se tornou uma narrativa da direita e tem servido para movimentar as bases do republicano e de Bolsonaro.

A declaração de Milei foi dada na Cpac, maior conferência conservadora do mundo, que ocorreu nos arredores de Washington.

“As múltiplas ONGs, que vivem dos nossos impostos, dos subsídios à cultura para produzir propaganda e aqui nos Estados Unidos, o escândalo da Usaid, que destinava milhões de dólares dos pagadores de impostos para financiar revistas e canais de televisão, fraudes eleitorais como no Brasil ou governos com aspirações discriminatórias como o da África do Sul”, afirmou Milei.

“Entre tantas outras aberrações, incluindo a agenda de paranoia climática, os excessos da ideologia de gênero e a pesquisa que resultou na criação do vírus da Covid-19”, reclamou Milei, que foi bastante aplaudido pela plateia conservadora.

Um dos principais propagadores da teoria, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também estava na Cpac e foi citado nominalmente por Trump durante o discurso do republicano na conferência. O presidente exaltou a figura de Milei e agradeceu a presença de representantes da direita mundial, entre elas Eduardo.

“Eduardo Bolsonaro, diga olá para o seu pai, grande cara, grande família”, afirmou Trump.

O mote de que houve fraude nas eleições foi usado por Bolsonaro antes mesmo de perder a disputa em 2022, para tentar contornar sua derrota, o mesmo que fez Trump, ao ser derrotado em 2020.

Nas últimas semanas, o presidente americano mandou cortar as verbas à Usaid e determinou que seus funcionários entrassem em licença. Enquanto isso, bolsonaristas e trumpistas aproveitaram para promover nas redes o discurso ligando a agência a um falso esquema que envolveria o presidente Lula (PT) e o democrata Joe Biden.

A Usaid foi fundada em 1961 pelo presidente John F. Kennedy e oferece auxílio financeiro a nações estrangeiras, como na implementação de programas de saúde e no socorro a catástrofes.

Criada durante a Guerra Fria, também foi parte de uma estratégia de “soft power” para promover uma imagem positiva dos Estados Unidos.

Como mostrou a Folha, o caso da Usaid chegou ao Brasil depois de uma conversa de vídeo gravada entre o ideólogo Steve Bannon, antigo conselheiro de Trump, e Mike Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado e diretor de uma ONG contra a censura.

No vídeo, Benz afirmou que a agência gastou “dezenas de milhares de dólares” financiando projetos que pressionaram pela aprovação de leis contra a desinformação no Congresso brasileiro. Ele também acusou a Usaid financiou advogados que atuaram junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para reprimir tuítes e mensagens de Bolsonaro em aplicativos como o WhatsApp.

Depois, bolsonaristas passaram a difundir a tese, alcançando amplo engajamento nas redes. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), responsável pelo principal post sobre o caso no Brasil, reforçou o discurso durante a participação na Cpac nesta semana.

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