Em discurso, nesta quarta-feira (8), o senador Magno Malta (PL-ES) defendeu a instalação imediata da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os desvios bilionários no INSS através dos descontos associativos.
O senador também pediu a prisão do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, a quem Malta acusa de permitir “um assalto institucionalizado” aos benefícios de aposentados e pensionistas no país.
“O senhor Lupi e sua trupe precisam ser presos. Vivem nababescamente em cima da miséria de quem não tem aposentadoria nem para comprar remédio”, disse o parlamentar.
Malta ainda citou o relato da própria tia, idosa e amputada, que segundo ele tem enfrentado descontos indevidos em sua aposentadoria sem explicações.
“Ela me liga todo mês, desesperada. Está recebendo cada vez menos. O dinheiro que deveria garantir o mínimo de dignidade agora não dá nem para o remédio”, contou.
O senador também relatou um encontro recente com representantes da Associação de Aposentados do Espírito Santo.
De acordo com Malta, os relatos de descontos inexplicáveis e dificuldades financeiras são generalizados, especialmente entre aposentados do campo, trabalhadores rurais e pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“É um comportamento infame. Roubam de quem mal tem o que comer. Estão tirando de quem já tem pouco, de quem trabalhou a vida inteira”, disse.
Para o senador, a instalação da CPMI do INSS não deve ser tratada como uma pauta de oposição, mas como uma questão de justiça social.
“Não é contra o PT, não é contra o PDT, é contra ladrões. Contra gente sem sentimento. Tarados por dinheiro”, declarou.
Governo usará dinheiro público para ressarcir vítimas
Mais cedo, o governo Lula confirmou que terá de usar dinheiro público para cobrir o ressarcimento das vítimas da fraude descoberta pela Polícia Federal no INSS.
O valor estimado de cerca de R$ 6 bilhões será confirmado somente após os cerca de 9 milhões de aposentados e pensionistas indicarem se realmente tiveram algum desconto irregular ou não.
Após ressarcir as vítimas, o governo irá atrás das associações acusadas dos desvios para recompor os cofres públicos. Estima-se que, neste momento, R$ 2,5 bilhões em bens das entidades e dirigentes já estejam bloqueados.
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