segunda-feira , 27 outubro 2025
| Cidade Manchete
Lar Economia Lula diz esperar acordo com os EUA “em poucos dias” após encontro com Trump
Economia

Lula diz esperar acordo com os EUA “em poucos dias” após encontro com Trump


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda (27) estar “convencido” de que “em poucos dias” haverá um acordo definitivo com os Estados Unidos sobre o tarifaço de 50% imposto pelo governo americano às exportações brasileiras. A declaração foi dada após uma reunião com o presidente Donald Trump, em Kuala Lumpur, na Malásia, durante a cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático).

Em tom otimista, Lula afirmou ter tido uma “boa impressão” do encontro e garantiu que há disposição mútua para resolver o impasse.

“Embora ele [Trump] não tenha feito promessa, ele garantiu que nós vamos ter acordo. Acho que vai mais rápido do que muita gente pensa. E vai depender do Brasil também”, declarou o petista, acrescentando que o país “não é um bebê que tem que ficar esperando nos chamarem”, disse a jornalistas em uma entrevista coletiva.

VEJA TAMBÉM:

O presidente disse acreditar que o entendimento entre os dois países será firmado em breve e que o ministro Fernando Haddad, da Fazenda, acompanhará as negociações junto de Mauro Vieira, das Relações Exteriores, e de Geraldo Alckmin, vice-presidente que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

“Se depender do Trump e de mim, vai ter acordo”, afirmou o petista emendando que Trump demonstrou interesse em firmar um “acordo de qualidade” com o Brasil.

Lula ainda destacou que buscou deixar claro a Trump suas origens e objetivos na presidência, como “quem ele é, de onde veio e o que pensa”. “Somente quando a gente se conhece é que a gente pode passar a respeitar ou não as pessoas”, disse defendendo uma relação direta entre os dois líderes.

Por outro lado, em meio às declarações sobre as negociações, Lula fez ataques velados a adversários políticos afirmando que “ninguém gosta de lambe-botas” e “de puxar saco, de vassalo, aquele lambe-lambe”.

“A gente tem que ser o que a gente é de verdade. Eu acho que é isso que pintou entre eu e o presidente Trump. Espero que essa química dê frutos ao povo brasileiro e ao povo americano”, afirmou.

Durante o encontro, Lula entregou a Trump um documento com temas prioritários para as negociações bilaterais, entre eles a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o acirramento das tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela. O gesto foi interpretado como uma tentativa de incluir na pauta assuntos sensíveis da política internacional e também de interesse interno.

Lula disse ainda não querer “qualquer desavença” com o país norte-americano e destacou que “não há motivo para conflito entre Brasil e Estados Unidos”. O presidente também comentou sobre a China, principal parceiro comercial do Brasil, afirmando que deseja manter uma “belíssima” relação com ambos os países, sem tomar partido em eventuais disputas.

Do lado americano, Trump orientou suas equipes a fechar um acordo comercial com o Brasil “nas próximas semanas”. A informação foi confirmada pelo secretário-executivo do MDIC, Márcio Rosa, que afirmou que o governo brasileiro reiterou aos norte-americanos a necessidade de reverter a taxação.

“O Brasil solicita que haja reversão da decisão política tomada [para a taxação]. Os aspectos políticos que poderiam existir não estão mais na mesa, aquilo que nunca poderia ter estado mesmo, como o senhor [Lula] sempre colocou. Graças a essa posição, hoje nós fazemos a discussão de um acordo comercial”, explicou Rosa.

O secretário informou que uma equipe técnica brasileira deve ir a Washington nas próximas semanas para dar continuidade às conversas. Segundo ele, as tratativas estão “avançando espetacularmente bem” e esse avanço se deve ao compromisso assumido pelos americanos “inclusive publicamente”.

A reunião, realizada no domingo (26), marcou o primeiro encontro oficial entre Lula e Trump desde o início das negociações sobre o tarifaço. Os dois já haviam conversado por telefone e se encontrado rapidamente na Assembleia Geral da ONU, em setembro, mas esta foi a primeira vez que trataram formalmente do tema.



Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Economia

Servidores da EPE ampliam paralisação que pode travar planos do governo

Os funcionários da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de...

Economia

Novo Código Civil pode transformar contratos em batalhas judiciais

O projeto do novo Código Civil (PL 4/2025), do senador Rodrigo Pacheco...

Economia

Tom cordial de Trump com Lula não significa fim das tarifas

Após cerca de 45 minutos de conversa entre os presidentes dos Estados...

Economia

CNI vê reunião entre Lula e Trump como “avanço concreto”

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou como positivo o encontro realizado...