O ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, descartou a possibilidade do horário de verão ser retomado no Brasil neste ano. A possibilidade foi aventada em meados de julho quando a bandeira tarifária das contas de luz estava vermelha no patamar 1 por causa do acionamento de usinas termelétricas para a geração de energia.
Naquela ocasião, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirmou que as chuvas para recarregar os reservatórios estavam abaixo da média. No entanto, segundo o ministro, a situação agora é diferente.
“O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico se reúne mensalmente para discutir a segurança energética nacional e a modicidade tarifária. Chegamos à conclusão que, graças ao planejamento e ao índice pluvial dos últimos anos, estamos em condição de segurança energética completa e absoluta para este ano. […] Estamos completamente seguros de que não precisamos do horário de verão neste ano”, disse Silveira em entrevista à EBC nesta terça (14).
O horário de verão foi suspenso no Brasil em 2019, durante o primeiro ano do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A explicação dada na época foi de que os hábitos de consumo de energia elétrica pelos brasileiros mudaram com o passar dos anos, o que reduziu os resultados práticos do adiantamento dos relógios.
Ainda de acordo com o ministro, o país depende naturalmente das hidrelétricas, mas também das térmicas – mais caras – e que passarão por um leilão na próxima semana. Também se espera, ainda neste ano, um certame para o armazenamento de energia renovável em baterias.
“O Brasil produz muita energia, em especial, com o advento das energias renováveis. São energias ainda intermitentes. Por isso, também estamos com uma expectativa muito grande de lançar, ainda este ano, nosso leilão de bateria. A gente vai literalmente armazenar vento. O vento vai ser armazenado através das baterias”, pontuou.
Silveira explicou que o novo sistema de armazenamento permitirá uma maior estabilidade do fornecimento elétrico. Ele, no entanto, reconheceu que o desafio da intermitência das fontes alternativas não é exclusivo do Brasil.
“É um grande problema, e não é um problema nacional, é um problema no mundo inteiro. Portugal e Espanha sofreram agora recentes apagões de longo prazo por causa dessas intermitências”, lembrou. Apesar disso, Silveira assegurou que o sistema brasileiro é sólido e bem planejado.
Apesar de relatar a segurança do sistema elétrico brasileiro, Silveira disse que o governo não descarta adotar o horário de verão futuramente, caso o cenário energético mude. “O que não pode é faltar energia para o povo brasileiro. Por isso, teríamos coragem completa e absoluta, caso fosse necessário, independentemente das opiniões e das controvérsias sobre o horário de verão, de implementá-lo”, completou.
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