Foi a partir da observação do cenário urbano carioca, que Gustavo Colombo e Erik Hewitt, diretor e roteirista, chegaram à conclusão de que as cidades fluminenses já tinham uma estética bem cyberpunk –universo em que a tecnologia é avançada e a qualidade de vida é baixa –só faltava alguém colocar a câmera no lugar certo.
Foi assim que surgiu o Universo Gambiarra.
O projeto se desdobrou ao longo dos últimos 10 anos em diferentes formatos narrativos, entre quadrinhos, RPG e agora, um longa-metragem. O que os une é explorar um futuro distópico adaptado à realidade das periferias do Rio de Janeiro.
“A gente era ingênuo o bastante para achar que era uma boa ideia investir tudo num único projeto milionário. Mas acabou dando certo a longo prazo”, diz Hewitt, relembrando o início do universo.
Com a falta de oportunidades para construir o filme-evento que idealizavam, os rapazes passaram a adaptar as histórias para mídias que consideravam mais acessíveis, aproveitando oportunidades em editais e experimentando diferentes linguagens, com histórias independentes se entrelaçando sem a necessidade de adaptações diretas.
“Gambiarra: Uga Uga Show”, que deve estrear no fim do ano nos cinemas, mistura elementos de distopia e sátira social com a estética de programas de auditório dos anos 1990. O diretor ainda diz se inspirar em cenas do “Homem-Aranha” de Sam Raimi e assume uma alimentação à base de muito anime japonês em seu repertório.
O filme terá o humorista Diogo Defante no papel do protagonista, além de Sacha Bali, vencedor do reality A Fazenda, no elenco. O projeto tem a ambição de conquistar os fãs brasileiros de blockbusters estrangeiros.
Na trama, o caótico showman Vitor Uga Uga transita entre o humor e a tragédia, conduzindo um programa de auditório no qual os participantes enfrentam provas de sobrevivência ao estilo “Jogos Mortais”. Os espectadores da atração fictícia questionam as regras e as intenções por trás do espetáculo, e os idealizadores do filme esperam que quem assista nos cinemas faça o mesmo.
A escolha do ator principal foi um casamento de intenções para se conectar com o público jovem e habituado à linguagem da internet. A proposta é alcançar o consumidor de grandes produções internacionais, mas que está carente de opções semelhantes no mercado nacional, segundo os idealizadores.
“O objetivo é fazer um filme comercial, com ação, com humor, com referências pop, tudo que esse público procura”, afirma o roteirista.
“Tem uma sequência de produções de diferentes formatos e orçamentos, que são de gênero e que conversam com uma audiência de cultura pop”, diz o diretor. Em 2025 um filme de terror produzido pelo podcast Jovem Nerd deve chegar aos cinemas, enquanto a editora Pipoca e Nanquim obteve sucesso em uma campanha no Catarse para financiar seu primeiro live-action.
A equipe vê o projeto como uma aposta para o potencial de narrativas de gênero no Brasil. E esperam que o desempenho do longa possa abrir espaço para novas produções dentro do universo Gambiarra e influenciar o mercado cinematográfico nacional.
 
                                                                                                                                                 
                                                                                                     
				             
				             
				             
				             
                             
                                         
                                         
				             
				             
				             
				            
 
 
			         
 
			         
 
			         
 
			        
Deixe um comentário