
A Netflix não conseguiu atingir as metas de lucro projetadas para o terceiro trimestre de 2025. Logo após o anúncio, nessa terça-feira, as ações despencaram, e a empresa perdeu o equivalente a US$ 33 bilhões. Atualmente, a empresa opera em queda de 9,72% na Nasdaq, dos Estados Unidos. Aqui no Brasil, a queda é de 5,25%.
O Brasil é parte do problema. Mais especificamente, uma parte de pelo menos US$ 619 milhões. Esse é o valor de uma disputa tributária entre a plataforma de streaming e o governo federal. A disputa teria iniciado no começo de 2022, e ainda está em andamento. Sem a despesa, a Netflix diz que a margem de lucro operacional, ou seja, sem contar impostos e juros, teria passado de 31,5%.
Durante a reunião em que apresentou o balanço da empresa, o CEO da Netflix, Spencer Neumann comentou que “essa questão tributária brasileira é um pouco complicada. Quero ter certeza de que estamos sendo bem claros sobre o que ela é. Não se trata de um imposto de renda. É um custo de fazer negócios no Brasil”,
A empresa não divulga mais o número exato de assinantes, mas o dado mais atualizado já ultrapassa os 300 milhões de usuários em todo o mundo.
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, corre contra o relógio para encontrar formas de compensar os programas sociais criados pelo presidente Lula (PT), sobretudo em 2025, há um ano das eleições presidenciais. Com isso, tentou passar no Congresso uma medida provisória que criaria e aumentaria tributos federais. A chamada MP da Taxação, no entanto, caducou após esforço da oposição.
A perda de R$ 17 bilhões em arrecadação fez o governo retaliar. Nomes ligados ao União Brasil, PP, PL e MDB perderam cargos. Além disso, o Executivo fala em cortar emendas no orçamento de 2026.
As medidas da equipe econômica têm focado em taxar empresas de tecnologia, como plataformas de apostas e as grandes plataformas, conhecidas como Big Techs. A ofensiva tributária foca principalmente em empresas com sede nos Estados Unidos, o que agrava a tensão entre os países. Atualmente, o Brasil enfrenta uma taxa de 50%, anunciada pelo governo Trump, por motivos que transitam entre o cenário político e o econômico.

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