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Cinco militares brasileiros da ONU estão em batalha no Congo



Cinco militares brasileiros estão entre as tropas de paz da ONU que tentam defender a cidade de Goma, na República Democrática do Congo, de uma invasão de rebeldes e de forças do Exército de Ruanda. O governo congolês diz que o conflito é uma invasão armada de Ruanda que pretende anexar partes do território leste do país. O Exército Brasileiro divulgou nota informando que os militares brasileiros estão em segurança.

Tropas do movimento rebelde M23, de etnia Tutsi, apoiados pelas Forças Armadas de Ruanda invadiram Goma, a maior cidade do leste da República Democrática do Congo, com 1 milhão de habitantes, no domingo (26).

Pelo menos 13 militares da ONU foram mortos dos combates, um deles do Batalhão do Uruguai. O Brasil tem dois militares servindo nesse mesmo batalhão. Outros três brasileiros integram o Estado-Maior da Monusco (Missão das Nações Unidas para a Estabilização da República Democrática do Congo).

Os capacetes azuis da ONU estão diretamente engajados em combates ao lado do Exército da República Democrática do Congo contra os rebeldes do M23 e o exército de Ruanda. A República Democrática do Congo é o único país onde os capacetes azuis formam uma força de caráter ofensivo. Eles posicionaram forças de artilharia e infantaria nos arredores da cidade, entraram em combate, mas foram incapazes de evitar a invasão no domingo.

De acordo com a Rádio Okapi, mantida pela ONU, os combates continuaram durante toda a segunda-feira em diversos pontos da cidade. Não é possível saber até o momento quem controla a cidade.

A invasão ocorreu em violação a um tratado de cessar-fogo em vigor desde 31 de julho do ano passado. O governo de Ruanda alega estar perseguindo integrantes do movimento rebelde FDLR, de etnia Hutu, baseado no Congo e que tem por objetivo derrubar a administração ruandesa. Parte de seus integrantes foi responsável pelo genocídio de Tutsis em 1994. Os atuais confrontos ainda são consequência do genocídio e também da luta por recursos naturais como ouro, estanho e tântalo.

Em 2012, forças do M23 tomaram temporariamente a cidade de Goma, mas se retiraram após um acordo de cessar-fogo. A cidade fica na fronteira entre a República Democrática do Congo e Ruanda.

Forças da ONU lideradas pelo general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz asseguraram o controle de Goma em 2013 e praticamente dizimaram o M23 no ano seguinte em uma campanha militar que levou à rendição do movimento rebelde, que já tinha apoio militar de Ruanda. Santos Cruz depois se tornaria ministro no governo de Jair Bolsonaro (PL), mas sairia do Executivo brasileiro brigado com o ex-presidente.

Após a desmobilização do M23 em 2014, questões políticas locais impediram que o processo de pacificação da ONU continuasse no país e o general Santos Cruz não recebeu autorização para combater o FDLR, inimigo do M23 e do governo de Ruanda, além de outras dezenas de grupos rebeldes menores. Na década seguinte, o M23 se reorganizou com apoio de Ruanda e voltou a atacar o FDLR e o exército do governo do Congo dentro do território congolês. O processo desembocou na crise atual.

O Brasil disponibilizou comandantes e oficiais do Estado-Maior para a Monusco, mas nunca foi um grande fornecedor de tropas – papel que foi assumido pela África do Sul, que é rival política de Ruanda. Além dos cinco militares atualmente em Goma, o Brasil tem dez instrutores de guerra na selva baseados na cidade de Beni, que por ora não é palco de combates. O trabalho deles é treinar o exército do Congo. Eles também não sofreram ferimentos nem foram capturados, segundo o Exército Brasileiro.

A instituição afirmou em nota que: “O Exército Brasileiro está acompanhando a conjuntura daquele país, bem como as medidas adotadas para garantir a integridade dos militares brasileiros desdobrados na região, que seguem desempenhando suas funções essenciais no apoio à missão de paz da ONU e contribuindo para a estabilidade na República Democrática do Congo”.



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