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China autoriza importação de café de 183 empresas brasileiras



A China aprovou a habilitação de 183 novas empresas para exportação de café brasileiro ao mercado chinês. A medida, com validade de cinco anos, é anunciada pelo país asiático em meio à expectativa de uma queda nas vendas externas do setor com o início da incidência da tarifa de 50% sobre os embarques para os Estados Unidos, programada para a quarta-feira (6).

A autorização foi comunicada pela embaixada chinesa no Brasil, que também informou a aprovação de 30 empresas brasileiras para a exportação de gergelim, 46 para a exportação de farinhas de aves e suínos e outras quatro para a venda de farinha de pescado, todas com validade desde quarta-feira (30).

O setor de café é um dos mais preocupados com o tarifaço anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, em razão da importância dos Estados Unidos nas exportações brasileiras. Em valor de receita, a commodity foi o principal produto brasileiro embarcado para o exterior nos seis primeiros meses de 2025.

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O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) continua em tratativas com seus pares americanos, como a National Coffee Association (NCA), com o intuito de que o produto passe a integrar a lista de exceções ao tarifaço elaborada pelo governo Trump. O redirecionamento de parte das vendas para a China pode ser um alívio para o setor em meio à dificuldade de se negociar uma flexibilização na barreira americana.

O Brasil é o maior exportador global de café. Na safra 2024/2025, o país exportou 44,25 mil sacas de 60 kg do grão, ou 2,65 mil toneladas – 31,3% de todo o café transacionado no mercado internacional. Atrás do Brasil, vieram Vietnã (17,5%), Colômbia (8,7%), Indonésia (4,9%) e Etiópia (4,7%). Os dados são do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). 

Os Estados Unidos, por sua vez, são o principal mercado importador do grão no mundo. Na última safra, importou 25,3 mil sacas do grão, o equivalente a 1,5 milhões toneladas. Dessas, 454 mil toneladas tiveram origem no Brasil, cerca de 30% das compras externas americanas. 

A China, com quatro vezes a população dos Estados Unidos, comprou apenas 55,6 mil toneladas de café brasileiro em 2024. O consumo per capita, no entanto, vem crescendo anualmente, saltando de 4 a 5 xícaras por ano para 16 em cinco anos, segundo o governo chinês. No mundo, a média gira em torno de 240 xícaras, o que indica espaço para crescimento. 

No ano passado, a rede de cafeterias chinesa Luckin Coffee se comprometeu a comprar 240 mil toneladas do grão brasileiro entre 2025 e 2029 por meio de um acordo assinado com o governo brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Promoção de Exportadores e Investimentos (ApexBrasil) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria Comércio e Serviços (MDIC). 

Fundada em 2017, a empresa é uma das maiores do país e tem mais de 22 mil lojas na China, onde já supera a rede americana Starbucks desde 2019, além de outras cerca de 2 mil em países como Malásia e Singapura. Em 30 de junho deste ano, foi inaugurada a primeira unidade da marca em Nova York, nos Estados Unidos.



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