Insatisfeito com as decisões do Banco Central, sob presidência de Gabriel Galípolo, sindicalistas farão um protesto contra a alta da taxa de juros nesta terça-feira (6), às 10 h, na calçada do prédio do Banco Central na avenida Paulista.
A mobilização vem sendo articulada por CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), NCST (Nova Central), Intersindical (Central da Classe Trabalhadora) e Pública (Central do Servidor). Todas as entidades apoiam o governo Lula.
“Hoje, as centrais apoiam o governo Lula, mas a alta taxa de juros não tem relação com o governo. O nosso foco é o Banco Central”,diz Miguel Torres, presidente da Força Sindical.
Ao Painel, os presidentes Adílson Araújo, da CTB, Ricardo Patah, da UGT, e Sérgio Nobre, da CUT, além de Torres, demonstram desapontamento com a atuação de Galípolo, indicado ao Banco Central pelo presidente Lula.
“Desde o presidente anterior do Banco Central [Roberto Campos Neto] estamos sofrendo com os juros elevadíssimos, havia a expectativa que mudasse com o novo presidente [Gabriel Galípolo], mas estamos em um caminho perigoso”, diz o dirigente da Força Sindical. “Isso afeta bastante o investimento na produção.”
Desde março, a taxa básica de juros (Selic) está em 14,25% ao ano, mesmo nível atingido durante a crise do governo de Dilma Rousseff (PT). A expectativa é de que, no encontro do Copom desta semana, a taxa de juros tenha um aumento de 0,5 ponto e chegue a 14,75%.
Nobre afirma que não há razões para a escalada de juros, sendo que economistas consultados pelo próprio Banco Central reduziram a previsão da taxa básica pela primeira vez neste ano, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda pelo BC.
“A gente esperava que [Galípolo] tivesse uma mentalidade nova, não há razão para a taxa chegar neste patamar. Há outras maneiras de combater a inflação, quando aumenta os juros penaliza toda a economia”, afirma o líder da CUT.
Patah considera que a diretoria do Banco Central “está distante das pessoas nas ruas” e pede por sensibilidade. “No ano passado, nós batemos no Banco Central, imaginávamos que fossem mudar a interpretação e tem sido a mesma coisa. O prejudicado, sempre, é o trabalhador”, afirma o dirigente da UGT.
Para Araújo, da CTB, o Copom tem servido como “mordomo” da Faria Lima. “As previsões do Gabriel Galípolo estão fora da curva. É um contrassenso patrocinar um engessamento do desenvolvimento e da produção industrial”, diz o sindicalista.
“Avisa ao Galípolo que o ‘Deus Mercado’ não sabe e está pouco preocupado com o custo do arroz e do feijão no supermercado”, prosseguiu Araújo.
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