Em 2025, pela primeira vez na história, o Brasil vai ultrapassar os Estados Unidos e tornar-se o líder mundial na produção de carne bovina, de acordo com projeção do Departamento de Agricultura americano (USDA, na sigla em inglês).
Segundo as últimas estimativas do órgão, a pecuária brasileira deve produzir 12,35 milhões de toneladas equivalentes de carcaça, superando em 4,5% a produção americana, de 11,81 milhões de toneladas. Em terceiro lugar aparece a China, que deve encerrar o ano com 7,79 milhões de toneladas abatidas.
Desde o início da série histórica do USDA, em 1960, os Estados Unidos sempre estiveram na liderança do setor. Em 2021, para se ter uma ideia, a produção americana superava em 30,6% a brasileira.
A mudança no quadro decorre de um crescimento de 4,2% no volume disponibilizado pelo Brasil em relação a 2024 (11,85 milhões de toneladas), e de uma retração de 3,9% na oferta dos pecuaristas dos Estados Unidos.
Com isso, a participação do Brasil na oferta global do setor chega a 19,9%, quase um quinto de toda a produção mundial.
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O órgão americano projeta para 2026 um empate entre a produção de carne bovina de Brasil e Estados Unidos, em cerca de 11,7 milhões de toneladas.
Os Estados Unidos contam atualmente com o menor rebanho desde 1952, com um estoque de 86,6 milhões de cabeças de gado, segundo o USDA. A crise dos últimos anos decorre de fatores como condições climáticas adversas, que reduziram a qualidade das pastagens e a disponibilidade de alimento para o gado, e do aumento nos preços da ração e da energia, que levou produtores a reduzirem seus rebanhos.
O rebanho brasileiro é de 186,9 milhões, segundo estimativas do órgão do governo americano.
Brasil já era o maior exportador global de carne bovina
O Brasil já é o maior exportador mundial do produto há mais de duas décadas. Em 2025, em que pese o tarifaço do governo de Donald Trump contra produtos brasileiros ter incidido sobre a carne bovina por quase quatro meses, as vendas internacionais do produto do Brasil subiram 18,9% até novembro, segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Nas estimativas do USDA, o Brasil atingirá o volume recorde de 4,25 milhões de toneladas de carne bovina exportada até o fim do ano, um avanço de 16,8% em relação a 2024.
Em segundo lugar, fica a Austrália, com 2,18 milhões de toneladas, e em terceiro a Índia, com 1,61 milhões de toneladas – no país asiático comercializa-se como equivalente a carne de búfalo, já que vacas são consideradas sagradas na predominante religião hindu.
As exportações americanas devem fechar 2025 com um recuo de 14% em relação ao ano anterior, com 1,17 milhão de toneladas vendidas externamente.





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