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Bolsonaro e o insondável tempo da Justiça – 20/01/2025 – André Borges


Em Brasília, corre a promessa de que, até março, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, se posicionará sobre os inquéritos que recaem sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Neste mês, Gonet mobilizou uma “força-tarefa” para analisar a investigação da trama golpista, em que Bolsonaro e outras 39 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal, por crimes como golpe de Estado.

O combo das acusações empilhadas na PGR inclui a falsificação do cartão de vacinas de Bolsonaro e o caso das joias sauditas. Cabe a Gonet pedir a denúncia ou arquivamento ao Supremo Tribunal Federal.

Já não era sem tempo. O caso do cartão de vacinas remonta a 30 de dezembro de 2022, dia em que Bolsonaro entrou num avião rumo aos EUA, para não passar a faixa presidencial, e que a Controladoria-Geral da União iniciou as investigações. Em março de 2024, a PF indiciou Bolsonaro e outras 16 pessoas. Isso faz quase um ano.

O caso das joias veio à tona em março de 2023, após denúncia pela imprensa. Em julho de 2024, a PF indiciou Bolsonaro e mais 11 pessoas pelos crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Já são quase dois anos desde o início das investigações.

Na tentativa de golpe, um emaranhado de ações levadas a cabo pelo ex-presidente culminou no fatídico 8 de janeiro de 2023. A PF entregou seu inquérito em novembro de 2024. A questão é: por que nenhum desses casos foi decidido até agora?

O tempo da Justiça corre descompassado com o relógio da sociedade. É o que blinda as decisões do açodamento de justiceiros ou letargia de interessados. É fato, porém, que o termômetro político tem mexido com os ponteiros da Justiça.

Se, nos tribunais, magistrados defendem o trâmite necessário, nos bastidores reconhecem a busca do “momento certo”. Com o pretexto de afastar a contaminação política, agem politicamente. Não deveria ser assim. Mas é.

No ano passado, com as eleições, a conclusão desses casos parecia tema proibido. Em 2026, um novo pleito virá. Por isso, a expectativa é que, antes disso, “tudo esteja resolvido”.

Na praça dos 3 Poderes, a escultura “A Justiça”, pichada pelos golpistas, segue de olhos vendados. Há quem diga que, de vez em quando, ela parece erguer a bandana, para dar uma espiada ao redor. A ver.


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