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As reações ao novo aumento de imposto do governo Lula


O governo de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira (22) mais um aumento de impostos para o bolso do brasileiro. Desta vez, foi o IOF – Imposto sobre Operações Financeiras – para empresas, previdência privada e câmbio.

O anúncio foi cheio de contratempos, com o ministro dos Transportes, Renan Filho, comentando sobre a alta do IOF em um evento na Bolsa de Valores, a B3, antes mesmo de as pastas da Fazenda e do Planejamento liberarem as informações para os jornalistas. A confusão foi tamanha que até Felipe Neto, influenciador aliado do governo, criticou.

Em publicação na manhã desta sexta-feira (23), em seu perfil no X, Felipe Neto afirmou que o “governo segue anunciando mudanças sem ligar a mínima pra comunicação” e que “pegam todo mundo de surpresa”.

O influenciador ainda escreveu que ninguém do governo faz antecipação de crise, referindo-se às críticas da oposição. “Tomem, de mão beijada, tudo pra vcs nos atacarem, façam o melhor de vocês. Boa sorte”, concluiu.

Incentivos aos críticos não faltaram. Mesmo após o anúncio da elevação dos impostos, feito conjuntamente ao congelamento de R$ 31 bilhões para manter a meta fiscal deste ano, o vice-presidente nacional do PT, deputado José Guimarães, publicou em suas redes um vídeo em que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirma nunca ter visto o país em situação tão boa.

“Eu falo com toda tranquilidade e isenção: eu não esperava números tão positivos em tão pouco tempo”, afirma a ministra no vídeo. A fala foi proferida no fim de março. Na publicação, Guimarães comentou as declarações da ministra, dizendo que é “o Brasil real de ⁦@LulaOficial⁩ que está dando certo”.

Ainda nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou com a imprensa sobre a “alteração de rota”, referindo-se ao recuo do governo na proposta de aumentar o IOF de transferências relativas a aplicações de fundos no exterior para 3,5%. Ao final, não haverá incidência de IOF nessas transações.

Haddad afirmou que a alteração na tributação dos fundos nacionais que investem no exterior surgiu após alertas de operadores do mercado de que a medida poderia configurar controle cambial. “Vamos continuar o diálogo”, disse o ministro a jornalistas em São Paulo.

Na tarde de ontem, antes mesmo do anúncio das medidas, Haddad havia avisado em sua conta no X que “esclareço que “nenhuma delas foi negociada com o BC”.

O recuo foi visto como uma reação à repercussão negativa das medidas do governo. Dados da plataforma BuzzMonitor, que registra tendências nas redes, mostraram que, de 1,5 mil publicações citando o tema, em sua maioria no X, 74% das menções foram negativas.

Oposição sobe o tom contra aumento de imposto

O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), responsável por publicações críticas ao governo com centenas de milhões de visualizações, replicou uma postagem do também deputado André Fernandes (PL-CE):

“Escândalos, gastos exorbitantes com viagens ao exterior e anúncios de mais impostos. Tudo isso se repete a todo momento no desgoverno petista”, disse o parlamentar do Ceará.

Luiz Lima, deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, reproduziu uma reportagem falando sobre o aumento do IOF e o congelamento dos gastos, e afirmou que o Brasil está se “desfazendo” com o “desgoverno Lula”.

O senador Sérgio Moro (União-PR) foi um dos parlamentares da oposição que mais duramente criticou o aumento do IOF. Ainda na noite de quinta-feira, em seu perfil no X, ele reproduziu uma imagem do Brazil Journal, chamando o governo de “perdulário” e Lula de “sanguessuga”.

Recuo do governo gera críticas

Na manhã desta sexta-feira, Moro replicou uma publicação da Fazenda informando sobre a revogação do IOF sobre os investimentos de fundos brasileiros no exterior.

Escreveu o senador: “Na terra do improviso do Governo Lula: toca como der até as eleições, depois a gente vê como fica se o Brasil não se arrebentar antes”.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também comentou a revisão do decreto, afirmando que o “governo Lula não sabe para onde ir”. O parlamentar ainda disse que o governo é um “barco à deriva em um mar desafiador” e que “quando as contas afundam no vermelho, arrocha o trabalhador”.

Zema alertou para possível alta do dólar

O governador Romeu Zema (Novo) havia criticado as medidas antes mesmo do recuo do governo, na noite de quinta-feira, afirmando que a revogação era necessária. Em vídeo postado em suas redes sociais, Zema chamou a atenção para alta do dólar causada pela elevação do IOF.

“Eu quero ver como esse governo vai fazer para segurar a subida do dólar depois desse aumento absurdo de imposto anunciado hoje pelo Haddad”, disse o governador, destacando que as ações brasileiras já tinham começado a cair.

Zema acrescentou: “Ou o governo do PT volta atrás desse erro cometido por quem cuida da economia e parece que não entende nada do assunto, ou vai jogar o país no buraco com mais aumento de juros, mais inflação e mais descontrole do dólar”.

VEJA TAMBÉM:

Ministro Haddad vira alvo de memes após aumento de imposto

Com o anúncio do aumento do IOF, voltaram a circular nas redes memes ironizando o ministro Fernando Haddad. O senador Rogério Marinho (PL-RN) usou a alcunha em uma de suas publicações no X:

“Mais uma do Taxxad, aumento de impostos para cobrir o populismo e a irresponsabilidade fiscal desse gov que não tem projeto de país, tem projeto de se meter no poder mesmo que para isso quebre o País. Volta Bolsonaro!!”.

O senador também criticou a revogação de parte do decreto, chamando os integrantes do governo de “incompetentes, irresponsáveis, populistas, trapalhões”. “Falta 1 ano e 7 meses para acabar esse desgoverno. Até lá, apertem o cinto… Faz tempo que o piloto sumiu”, disse.

Robin Hood às avessas

O senador Ciro Nogueira criticou o aumento do IOF e disse que o governo é um Robin Hood ao contrário — na história original, o personagem rouba dos ricos para dar aos pobres. “Aumentar o IOF é tirar de quem ganha até 5 mil, que terá de pagar mais nas dívidas e movimentações financeiras. É o Robin Hood que tira dos pobres”.



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