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Agentes de IA são aposta de empresas, e quem domina a tecnologia pode ganhar até R$ 20 mil; veja como entrar




Agentes de IA viram aposta das empresas, e quem domina a tecnologia pode ganhar até R$ 20
“Quem sabe criar e colocar agentes de IA em funcionamento hoje é muito valorizado. Digo isso por experiência própria”, diz João Gama, de 19 anos, técnico em análise júnior em uma empresa de aluguel de veículos.
🔎 Agentes de inteligência artificial são programas que executam tarefas automaticamente, como realizar compras ou reservar restaurantes sozinhos. Nas empresas, eles tornam processos mais ágeis, eficientes e produtivos (saiba mais abaixo).
O mercado de agentes ainda é novo — tanto que nem existem cargos definidos para essa função —, mas vem evoluindo com os investimentos crescentes das empresas.
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“O setor já pensa em criar funções especializadas para a área, como especialistas em agentes autônomos (criação) e auditores de agentes, responsáveis por ética e segurança”, explica Evellyn Cid, professora de novas tecnologias da Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP).
Para Raphael Bozza, diretor de RH do iFood, “nos próximos três meses, veremos surgir muitos cargos voltados ao trabalho com agentes de IA. Essas pessoas já existem e atuam na prática, mas a função ainda não tem um título formal”.
Especialistas afirmam que trabalhar com IA, no geral, continua sendo um bom negócio e que os salários seguem em alta.
No Brasil, a remuneração média na área começa em R$ 3,5 mil e pode chegar a R$ 20 mil em regime CLT, segundo levantamento da Catho feito a pedido do g1.
Já o Guia Salarial 2026 da consultoria Robert Half mostra que um especialista em IA e “machine learning” (quando as máquinas aprendem analisando grandes quantidades de dados) ganha de R$ 17,9 mil a R$ 23,5 mil. E um engenheiro de IA pode receber entre R$ 19,5 mil e R$ 27,1 mil (CLT).
🔎 E onde eu posso trabalhar com IA? Em empresas de qualquer setor que estejam investindo na tecnologia: varejo, finanças, alimentos, bebidas, educação, finanças, comunicação, entre outras.
Apesar dos salários altos, a área ainda enfrenta um grande desafio: a falta de profissionais qualificados. “A demanda por especialistas em IA só cresce há mais de cinco anos, com média anual acima de 20%. No cenário global, pode passar de 30%”, diz Cleber Zanchettin, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e estudioso de IA.
Ainda segundo ele, muitas pessoas que implementam IA ainda não têm formação de base suficiente, reforçando a necessidade de profissionais capacitados. “Mesmo que a IA esteja automatizando algumas tarefas, ela também cria novos desafios complexos, que exigem pessoas especializadas para resolver”, completa Zanchettin.
🔎O que são agentes de IA
Agente do ChatGPT reserva restaurante, faz compra, mas erra ao insistir demais
Agentes são sistemas de IA generativa, baseados em grandes modelos de linguagem (LLMs), capazes de criar respostas e executar tarefas de forma autônoma, tomando decisões de acordo com as metas definidas por quem os criou.
🔎 O que é Inteligência artificial generativa (ou GenAI): é a tecnologia que deu origem ao ChatGPT. Além de conversar com o usuário, podendo tirar dúvidas gerais, essa IA cria conteúdos, imagens, vídeos e músicas.
Os agentes podem, por exemplo, automatizar consultas de clientes com chatbots, analisar comentários e dados de vendas para identificar padrões em uma loja ou, em obras, avaliar clima, equipe e materiais para ajustar cronogramas da construção.
No iFood, um agente auxilia o time de RH na gestão de indicações de candidatos. O sistema analisa currículos, compara habilidades e cruza dados com as vagas abertas para sugerir as mais compatíveis, explica Raphael Bozza, diretor de RH da empresa.
No fim, para as empresas, eles aumentam a produtividade, reduzem custos e melhoram a experiência do cliente. Eles podem ser usados tanto em processos internos quanto como produtos para o consumidor final.
Amazon, Google, Microsoft, OpenAI e IBM, que lideram o mercado de IA, já oferecem tecnologias para criar agentes personalizados. “Os humanos estabelecem metas, mas um agente de IA escolhe de forma independente as melhores ações para atingi-las”, resume a Amazon.
Eles também já estão disponíveis para usuários comuns. Neste ano, a OpenAI liberou para todos os assinantes do ChatGPT seu agente, capaz de reservar restaurantes, fazer compras e executar outras tarefas sozinho.
🤖 O que faz um profissional de agente de IA
João Gama, de 19 anos, trabalha com agentes de IA em uma empresa de aluguel de veículos.
Arquivo pessoal
O g1 conversou com dois profissionais que atuam com agentes de IA: João Gama, de 19 anos, e Evellyn Nicole, de 22.
João, citado no início desta reportagem, é técnico em análise júnior com foco em automação e diz ganhar R$ 3.600 por mês. Evellyn atua como engenheira de IA pleno em uma empresa do setor elétrico e preferiu não revelar quanto ganha.
O trabalho dos dois consiste em usar agentes de IA para tornar os processos internos mais eficientes.
João foi um dos responsáveis por desenvolver um agente que analisa automaticamente as fichas de inspeção dos veículos e identifica problemas na frota, como vazamentos de óleo, na locadora onde trabalha.
A ferramenta envia alertas à equipe, eliminando a necessidade de uma análise manual. “O sistema ajuda a detectar falhas rapidamente e torna as decisões mais ágeis”, explica o jovem.
Formada em inteligência artificial pela Universidade Federal de Goiás (UFG), Evellyn Nicole desenvolve agentes que automatizam tarefas repetitivas, ajudando analistas e gestores a economizar tempo e focar nas atividades mais importantes.
Ela se dedica a criar robôs que entendem perguntas simples e buscam as respostas no banco de dados da empresa.
Assim, qualquer pessoa pode digitar, por exemplo, “quanto vendi hoje?” e receber a resposta na hora, sem precisar programar. Esses agentes funcionam como tradutores: interpretam a pergunta e apresentam o resultado de forma clara.
Evellyn Nicole, de 22 anos, é engenheira de IA.
Arquivo pessoal
Os dois profissionais veem a área como promissora e em rápida expansão. Evellyn destaca as chances de crescimento no mercado como um dos pontos que mais a atraem.
Já João, que ainda cursa sistemas de informação, diz acompanhar de perto as tendências da área e vê na IA uma possibilidade de construir uma carreira sólida.
“Quem domina a criação desses sistemas tende a se destacar profissionalmente, já que ainda tem poucas pessoas preparadas na área”, diz João. Segundo ele, trabalhar com agentes é uma hard skill, ou seja, uma habilidade técnica, cada vez mais valorizada no mercado.
Os dois, contratados em regime CLT, dizem estar satisfeitos com a carreira em IA e destacam o modelo de trabalho. João atua em formato híbrido, indo ao escritório três vezes por semana, o que, segundo ele, “equilibra a vida profissional e pessoal”. Já Evellyn trabalha 100% em home office.
“Já recebi propostas para trabalhar no modelo híbrido com salário melhor, mas preferi o conforto do home office”, afirma Evellyn.
Entre os desafios, eles citam que a área muda em ritmo acelerado, com novidades surgindo quase todos os dias. Por ser um campo ainda novo e com poucos especialistas, muitos profissionais se sentem sozinhos nesse universo. Eles também apontam a falta de livros e materiais publicados no Brasil sobre o tema.
E um dos principais desafios técnicos está nas chamadas “alucinações” da IA, quando o sistema gera respostas incorretas ou inconsistentes. Como explica Evellyn, “um dia funciona, outro dia, não”. Isso acontece porque a tecnologia trabalha com probabilidades, o que ainda exige supervisão humana e ajustes constantes.
O que devo estudar e quais habilidades devo ter?
Profissionais explicam que, pra criar bons agentes de IA, é preciso combinar duas habilidades: a tecnológica, que envolve programar e entender IA, e a de negócio, que exige compreender os processos e desafios da empresa. Equilibrar essas duas áreas é essencial para desenvolver bons agentes.
A professora Evellyn Cid, da FIAP, destaca que mesmo quem atua em áreas não técnicas, como a financeira, pode criar agentes, já que possui um conhecimento aprofundado sobre os processos de negócio, por exemplo.
Para começar a trabalhar com agentes, o primeiro passo é estudar a linguagem de programação Python, base da inteligência artificial atualmente, especialmente no desenvolvimento de agentes.
Também é recomendável explorar as principais ferramentas de criação de agentes usadas pelo mercado, como Lindy, OpenAI Operator, LangChain, CrewAI, AutogenAI e Langflow.
Em 2024, o g1 conversou com professores, executivos e profissionais para identificar os temas mais importantes para quem quer começar a trabalhar com inteligência artificial.
Eles citaram fundamentos de inteligência artificial, conceitos básicos de machine learning e linguagem natural, IA generativa, habilidades em programação (especialmente Python e R) e conhecimento em dados e análises, incluindo visualização.
➡️ Para quem quer trabalhar com agentes de IA, é importante considerar:
🧑‍🎓 Graduação: hoje as empresas costumam valorizar profissionais com formação superior. Ao pesquisar vagas no LinkedIn, é comum ver exigências como “graduação” ou até “pós-graduação/mestrado” em IA.
🔎 Perfil analítico e crítico: é importante ter um olhar humano, crítico e analítico para compreender o fluxo e o processo que será automatizado — não basta apenas o conhecimento técnico em inteligência artificial.
🏬 Domine processos e conheça o negócio: o profissional deve entender as regras e objetivos da empresa para programar o agente de forma precisa e eficiente.
📖 Estude constantemente: acompanhar a evolução da IA é um desafio, já que a área muda rápido e sempre traz novidades. É essencial manter o estudo e a dedicação contínuos.
👩‍💻 Participe de eventos: hackathons e encontros voltados à IA, mesmo os que não exigem conhecimentos técnicos, são ótimas oportunidades para trocar ideias e desenvolver soluções na prática.
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