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Crédito para reforma de imóveis é nova aposta de Lula



O governo Luiz Inácio Lula da Silva acrescentou mais um item ao seu chamado “kit reeleição” destinado à classe média com o lançamento do programa Reforma Casa Brasil, que oferece crédito facilitado para reformas em imóveis. A ideia é oferecer até R$ 40 bilhões – vindos do Fundo Social do pré-sal e do sistema de poupança – para melhorias em 1,5 milhão de imóveis.

A medida, focada inicialmente em famílias de grandes municípios com renda a partir de R$ 3,2 mil, vem na esteira do novo modelo de crédito imobiliário anunciado no início do mês, com o lançamento de linhas de financiamento para de imóveis por famílias com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil — público que não é atendido pelo Minha Casa, Minha Vida.

No novo modelo, o governo também ampliou em 50% o valor máximo do imóvel financiável pelo Sistema Financeiro da Habitação, de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Ao todo, o pacote para facilitar a aquisição prevê a liberação de R$ 20 bilhões para a compra de 80 mil moradias até o fim de 2026, ano eleitoral.

Segundo relatos de bastidores, inicialmente a expansão do crédito imobiliário e a nova linha para reformas seriam anunciadas em um mesmo evento. Mas, sob orientação do ministro da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira, o governo optou por separar os anúncios – seguindo a linha de “fazer a bondade aos poucos”.

Com o complemento, o Palácio do Planalto intensifica seu esforço para conquistar um eleitorado historicamente refratário ao Partido dos Trabalhadores (PT), oferecendo programas sob medida para o segmento.

Especialistas apontam, porém, que o “kit reeleição” de Lula pode levar a economia a um pouso forçado em 2027. Quem assumir o Palácio do Planalto em 2027 provavelmente terá de promover um corte drástico de gastos ou então abandonar o arcabouço fiscal.

Como vai funcionar a reforma de imóveis

• A contratação será simplificada e digital, por meio do site ou aplicativo da Caixa Econômica Federal, com início previsto para 3 de novembro.
• O financiamento poderá cobrir materiais de construção, mão de obra e serviços técnicos, como elaboração de projetos e acompanhamento das obras dos imóveis.
• O prazo máximo será de até 60 meses, com parcelas limitadas a 25% da renda familiar.
• Cada família poderá ter apenas um contrato ativo por vez.

De onde vem o dinheiro

• O programa contará com um total de R$ 40 bilhões em recursos.
• R$ 30 bilhões virão do Fundo Social, destinados a famílias com renda de até R$ 9,6 mil, com juros subsidiados.
• R$ 10 bilhões serão direcionados pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), operado pela Caixa, voltados a financiamento de imóveis de famílias com renda acima de R$ 9,6 mil.
• As taxas de juros variam conforme a faixa de renda, com condições mais vantajosas para os grupos de menor renda.

Quem pode participar

• Famílias que já têm imóvel próprio localizado em capitais ou municípios com mais de 300 mil habitantes (na fase inicial).
• Faixas de renda a partir de R$ 3,2 mil, incluindo rendas médias e superiores a R$ 9,6 mil, com regras diferenciadas conforme a fonte dos recursos.
• O acesso a crédito para reforma de imóveis será ampliado progressivamente para outras cidades em fases posteriores do programa.

Valores, taxas e condições

• Valor mínimo financiável: a partir de R$ 5 mil para as faixas de renda mais baixas; para rendas acima de R$ 9,6 mil, financiamentos a partir de R$ 30 mil.
• Prazo para pagamento: até 60 meses para rendas de até R$ 9,6 mil; até 180 meses para rendas superiores, conforme regras da Caixa.
• Uso dos recursos: compra de materiais, pagamento de mão de obra e serviços técnicos, como projetos e acompanhamento de obra dos imóveis.
• Limite da parcela: não poderá ultrapassar 25% da renda familiar.
• Taxas de juros por faixa de renda:
Faixa 1 (renda até R$ 3,2 mil): juros a partir de 1,17% ao mês.
Faixa 2 (renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9,6 mil): juros de 1,95% ao mês.
Renda acima de R$ 9,6 mil: taxas definidas pela Caixa, conforme o valor e o prazo do financiamento.

Impactos esperados com reforma de imóveis

• O governo estima alcançar 1,5 milhão de imóveis/famílias em todo o país.
• O governo espera que o programa impulsione o setor da construção civil.
• Espera-se a geração de empregos locais, com impacto direto em pequenas lojas de materiais de construção e prestadores de serviços.

VEJA TAMBÉM:

Além de imóveis, outras iniciativas de Lula miram classe média

Crédito do Trabalhador

O governo lançou o Crédito do Trabalhador, um programa de crédito consignado privado voltado a oferecer empréstimos com juros menores para trabalhadores do setor privado. Disponível na carteira digital do governo federal, a iniciativa busca facilitar o acesso ao crédito para a classe média e ampliar as condições de financiamento de forma simplificada.

Isenção do Imposto de Renda

Lula enviou ao Congresso um projeto de lei que prevê a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5.000 por mês, cumprindo promessa de campanha. A proposta já foi aprovada na Câmara e segue em tramitação no Senado; caso seja aprovada ainda este ano, entrará em vigor em 2026.

“Agora Tem Especialistas”

O programa “Agora Tem Especialistas” pretende reduzir as longas filas do SUS para consultas e cirurgias especializadas, credenciando clínicas e hospitais privados que podem abater dívidas com a União. A medida é voltada especialmente à classe média, que frequentemente recorre ao SUS para procedimentos de média e alta complexidade, mesmo tendo planos de saúde.

Financiamento para renda média-baixa

O governo também tem na manga pelo menos uma proposta voltada a pessoas de renda média-baixa:

Financiamento de motos para entregadores

O governo também planeja lançar uma linha de crédito subsidiado para motociclistas que trabalham em aplicativos de entrega.

A iniciativa atenderá trabalhadores autônomos de renda média-baixa, segmento que normalmente não é contemplado por programas tradicionais de crédito, oferecendo condições facilitadas para a compra de motos e incentivo à atividade profissional.



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