segunda-feira , 27 outubro 2025
| Cidade Manchete
Lar Economia Oposição reage ao empréstimo de R$ 20 bi para socorrer os Correios
Economia

Oposição reage ao empréstimo de R$ 20 bi para socorrer os Correios


Parlamentares da oposição reagiram nesta quarta (15) à tentativa do governo de obter um empréstimo de R$ 20 bilhões para socorrer e evitar a quebra dos Correios, segundo foi noticiado na véspera. A transação, que depende de aprovação das instituições como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e bancos privados, terá a garantia do Tesouro Nacional.

De acordo com as primeiras informações sobre o negócio, a estatal receberá R$ 10 bilhões em 2025 e mais R$ 10 bilhões em 2026 condicionado a medidas de ajustes e usado para garantir capital de giro e custear um plano que inclui demissões voluntárias e renegociação de passivos.

Para os parlamentares, no entanto, a transação escancara a má gestão e o descontrole fiscal na estatal que vem registrando sucessivos prejuízos. Apenas no primeiro semestre deste ano, o rombo foi de R$ 4,4 bilhões, superando o recorde negativo de todo o ano de 2024, de R$ 2,6 bilhões.

VEJA TAMBÉM:

O vice-líder da oposição, deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS), classificou a tentativa de empréstimo como um golpe na responsabilidade fiscal, e alertou para o impacto direto nas contas públicas.

“Esse empréstimo representa mais uma dívida que recairá sobre os brasileiros. Em vez de ajustar as finanças, o governo opta por endividar os Correios, transferindo ao contribuinte a responsabilidade pelo rombo criado”, afirmou.

A mesma avaliação foi feita pelo deputado Rodrigo Valadares (União-SE), que vê no pedido de socorro financeiro o fracasso da atual política de gestão das estatais.

“Estatais não são cabide de emprego e nem cabem em manobras fiscais. Se os Correios estão pedindo R$ 20 bi emprestados, é porque a governança falhou. O Congresso precisa investigar responsabilidades e evitar que a sociedade arrole mais uma dívida”, declarou.

O deputado Coronel Tadeu (PL-SP) também cobrou transparência e questionou os motivos que levaram o serviço postal a uma situação crítica.

“É essencial que esse processo de empréstimo seja acompanhado com rigor. Quem explica esse déficit? Onde foram aplicados os recursos? É inadmissível que uma empresa pública tão importante precise de socorro emergencial”, criticou.

Já o deputado Capitão Alberto Neto (PL-AM) alertou para o efeito dominó que a medida pode gerar nas finanças do país, prejudicando a economia e limitando investimentos sociais. “Esse tipo de empréstimo encarece impostos, compromete o orçamento e reduz o espaço para investimentos sociais. O governo cria rombos, depois pede dinheiro para cobri-los. Isso é administração irresponsável”, apontou.

O deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) também reagiu e afirmou que a oposição não permitirá que o custo do endividamento recaia sobre a população.

“Não podemos permitir que mais essa dívida venha do bolso do povo. Os Correios precisam de reestruturação real, corte de privilégios e gestão eficiente — não empréstimos emergenciais. O Congresso fiscalizará cada passo”, garantiu.

Segundo uma apuração da Folha de S. Paulo, a operação de crédito foi discutida em reunião na última quinta-feira (9) entre os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Esther Dweck (Gestão), Frederico de Siqueira Filho (Comunicações) e representantes do Tesouro Nacional, da PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), do Banco do Brasil e da Caixa.

Em nota na qual justificou os resultados negativos do ano passado, os Correios atribuíram o prejuízo à “taxa das blusinhas”, afirmando que a “frustração de receita observada em 2024 decorre exclusivamente dos efeitos do novo marco regulatório das compras internacionais —uma demanda do varejo nacional que teve impacto positivo para o setor, mas negativo para os Correios”.



Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Economia

Servidores da EPE ampliam paralisação que pode travar planos do governo

Os funcionários da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de...

Economia

Lula diz esperar acordo com os EUA “em poucos dias” após encontro com Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda (27)...

Economia

Novo Código Civil pode transformar contratos em batalhas judiciais

O projeto do novo Código Civil (PL 4/2025), do senador Rodrigo Pacheco...

Economia

Tom cordial de Trump com Lula não significa fim das tarifas

Após cerca de 45 minutos de conversa entre os presidentes dos Estados...