segunda-feira , 27 outubro 2025
| Cidade Manchete
Lar Economia Brasil estuda adotar legislação Europeia para evitar Magnitsky
Economia

Brasil estuda adotar legislação Europeia para evitar Magnitsky



Após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) e diante da possibilidade de novas sanções do governo americano, o Palácio do Planalto intensificou os estudos para criar um mecanismo legal capaz de proteger cidadãos e empresas nacionais da lei Magnitsky. A proposta se inspira no chamado Estatuto de Bloqueio da União Europeia, segundo informou a agência Bloomberg Línea.

A legislação europeia considera nulas as ordens extraterritoriais de sanção aplicadas por outros países contra seus cidadãos e companhias. Criado nos anos 1990, o dispositivo foi reforçado em 2018 para blindar empresas europeias de retaliações ao manterem negócios com o Irã, apesar das sanções impostas pelos Estados Unidos. Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmam que uma norma semelhante no Brasil poderia oferecer maior segurança jurídica às instituições sujeitas a pressões do governo do presidente Donald Trump.

Desde a inclusão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, na lista da Lei Magnitsky, instrumento usado por Washington para punir violações de direitos humanos e corrupção, o impasse sobre o tema permanece em compasso de espera, gerando desconforto no sistema financeiro.

Algumas instituições acataram automaticamente a determinação americana, temendo retaliações no mercado internacional, enquanto outras aguardaram pareceres jurídicos. Isso não impediu o bloqueio de cartões de crédito e contas vinculadas ao magistrado em instituições financeiras que atuam no Brasil, mas estão subordinadas a matrizes nos Estados Unidos. Moraes chegou a ter transações rotineiras recusadas em estabelecimentos comerciais.

VEJA TAMBÉM:

Magnitsky deve ser estendida, avaliam fontes

Desde então, os bancos tem buscado soluções para o impasse jurídico, evitando sanções bilionárias no exterior sem, ao mesmo tempo, entrar em confronto direto com o Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente após a recente determinação do ministro Flávio Dino, proibindo a aplicação de leis estrangeiras que não tenham respaldo em acordos internacionais ou validação da Justiça brasileira.

Até o momento, nem o Banco Central nem a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) emitiram notas públicas sobre o assunto, mas nos bastidores discute-se o risco de insegurança jurídica caso as sanções se multipliquem.

A possibilidade de ampliação das medidas já é comentada publicamente. O jornalista Paulo Figueiredo afirmou em seu canal no YouTube que a esposa de Moraes poderá ser o próximo alvo da legislação americana, hipótese que circula nos bastidores da diplomacia.

As tensões aumentaram após a definição da dosimetria da pena de Bolsonaro pelo STF, na última quinta-feira (11). Logo em seguida, o secretário do Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio, aliado próximo de Trump e voz influente na política externa americana, criticou a decisão e declarou que Washington responderá “de forma adequada” ao Brasil.

Em paralelo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos em uma cruzada pela anistia aos condenados pelo episódio de 8 de janeiro de 2023, divulgou no X que a “artilharia” de Trump em resposta à condenação de seu pai será “pesada”.



Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Economia

Governo briga com Congresso por verbas eleitoreiras em 2026

O maior desafio da atual gestão do presidente Luiz Inácio Lula da...

Economia

Eletronuclear pede R$ 1,4 bi ao governo sob risco de colapso nas usinas de Angra

A Eletronuclear, estatal responsável pelas usinas de Angra 1 e 2, pediu...

Economia

Servidores da EPE ampliam paralisação que pode travar planos do governo

Os funcionários da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de...

Economia

Lula diz esperar acordo com os EUA “em poucos dias” após encontro com Trump

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta segunda (27)...