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Volkswagen exporta SUV Tera e mira liderança latino-americana


A montadora alemã Volkswagen deu início, no mês de julho, às exportações do Tera, lançamento mais recente da marca para a América do Sul. Desenvolvido integralmente no Brasil, o SUV marca uma nova etapa da empresa, que busca liderar o segmento também nos mercados vizinhos.

Considerado um sucesso de vendas no mercado nacional, com 12.296 pedidos em apenas 50 minutos após o lançamento, o Tera está sendo embarcado pelo porto de Santos (SP) com destino a países como Argentina, Chile, Colômbia, México e Caribe. Até o fim do ano, a montadora prevê envios para mais nove países, incluindo Bolívia, Peru e República Dominicana.

“O Tera é o quinto modelo da nossa estratégia de 21 novos produtos até 2028 na América do Sul”, destaca Hendrik Muth, vice-presidente de vendas da Volkswagen para a região. “É um projeto 100% brasileiro que agora começa sua jornada internacional.”

A operação logística envolveu times de produção, vendas e transporte, além de transportadoras, armadores e operadores portuários — modelo de coordenação que a empresa pretende adotar em futuros lançamentos. Para a Volkswagen, o desempenho do Tera fora do Brasil será decisivo para sustentar os investimentos e ampliar a participação nos mercados regionais.

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Investimento de R$ 20 bilhões inclui inovação e foco nacional

O avanço do Tera faz parte de um plano de investimentos de R$ 20 bilhões até 2028 na América do Sul, sendo R$ 16 bilhões destinados ao Brasil. A estratégia, anunciada em fevereiro de 2024, acelera a transformação tecnológica da empresa, com foco em eletrificação e descarbonização da cadeia produtiva.

Entre os projetos em andamento estão:

  • Desenvolvimento de veículos híbridos, Total Flex e 100% elétricos;
  • Criação de novo motor híbrido-flex;
  • Implementação de plataforma tecnológica flexível e sustentável, base para futuros modelos;
  • Lançamento de 16 novos veículos no Brasil, parte de um total de 21 para a região.

Os produtos serão fabricados nas quatro plantas da Volkswagen no Brasil, reforçando a cadeia industrial nacional. A produção local também favorece o atendimento rápido aos mercados vizinhos, estratégia intensificada desde 2023.

Portos têm papel vital para a Volkswagen no Brasil

Além do mercado interno, a Volkswagen do Brasil é um dos principais centros logísticos da montadora alemã na América Latina. Presente no país desde 1953, a empresa já exportou cerca de 25,9 milhões de veículos e manteve ritmo acelerado nos últimos anos.

Em 2024, as exportações cresceram 43%, totalizando 90.142 unidades enviadas a 18 destinos. A tendência se manteve no primeiro semestre de 2025, com alta de 54,21% sobre o mesmo período do ano anterior. Os principais mercados atendidos incluem Argentina, México, Colômbia, Bolívia e Caribe.

Para garantir essa presença, a empresa opera por quatro portos. Em Paranaguá (PR), por exemplo, possui um terminal próprio com capacidade para 200 mil veículos por ano. Já o porto de Santos concentra a maior parte dos embarques, incluindo os do Tera.

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Volks está de olho em crescimento das montadoras chinesas

O diretor-executivo da Volkswagen no Brasil, Ciro Possebom, foi um dos quatro executivos do setor automotivo a assinar uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ao lado dos representantes da Toyota, Stellantis e General Motors, Possebom alertou que o “ciclo virtuoso de fortalecimento da indústria nacional está sendo colocado em risco”.

O documento criticava a possível redução de impostos para montadoras chinesas de carros elétricos. Segundo os executivos, a medida representaria uma “forte involução” e traria “um legado de desemprego, desequilíbrio da balança comercial e dependência tecnológica”.

No último dia 30, o Comitê Executivo da Gestão da Câmara de Comércio Exterior adotou uma solução “meio termo”, antecipando a aplicação de impostos e, ao mesmo tempo, concedendo uma cota de importação para a chinesa BYD. “É fundamental preservar as bases que sustentam um dos setores mais estratégicos da economia nacional”, afirma Possebom.

Ele destaca que a indústria automotiva brasileira gera 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos, e que planeja investir R$ 130 bilhões nos próximos anos. “Precisamos de um ambiente que valorize quem acredita e investe no país. Que o governo escolha a rota do desenvolvimento industrial, da inovação e da geração de empregos qualificados”, diz o diretor-executivo da Volkswagen.

Apesar das críticas, Possebom reafirma o papel estratégico do Brasil para a empresa. “Acreditamos e investimos no Brasil. Estamos comprometidos com o desenvolvimento econômico, a transição energética e uma mobilidade cada vez mais sustentável.”



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