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Israel ataca instalações nucleares no Irã; retaliação atinge hospital



A Força Aérea de Israel (IDF) bombardeou, na manhã desta quinta-feira (19), o reator de água pesada de Arak, uma das principais instalações nucleares do programa iraniano. O ataque, que visou especificamente o componente destinado à produção de plutônio, ocorreu após um alerta emitido pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) pedindo que civis evacuassem a área. Segundo os militares israelenses, o objetivo foi impedir que a estrutura, ainda em construção, pudesse ser restaurada e utilizada para o desenvolvimento de armas nucleares.

A ação marcou o sétimo dia consecutivo da operação israelense contra alvos estratégicos no Irã, que inclui instalações nucleares, bases militares e centros de produção de mísseis. Nas primeiras horas da quinta-feira, 40 caças israelenses lançaram cerca de 100 bombas sobre dezenas de locais militares em Teerã e outras cidades iranianas. Imagens dos bombardeios foram divulgadas posteriormente pelas IDF.

Além de Arak, Israel atingiu instalações nucleares em Natanz, Isfahan e Bushehr. Em Natanz, segundo os israelenses, o alvo foi uma unidade que abriga equipamentos e projetos ligados ao desenvolvimento de armas nucleares. Já em Isfahan e Shiraz, explosões também foram registradas, atingindo locais associados à montagem de mísseis balísticos, defesa aérea, sistemas de radar e armazenamento de munições. A cidade de Kermanshah também foi afetada.

As IDF afirmam ter destruído dois terços dos lançadores de mísseis balísticos do Irã. No entanto, segundo estimativas militares, Teerã ainda possui mais de 100 lançadores, considerados um gargalo estratégico para a capacidade de ataque iraniana. Agências iranianas reportaram ainda a prisão de 18 “agentes inimigos” na cidade de Mashhad, acusados de construir drones usados por Israel.

A TV estatal iraniana minimizou os danos ao reator de Arak, negando risco de radiação e afirmando que a instalação foi evacuada a tempo. Já a Agência Internacional de Energia Atômica confirmou que a unidade não continha material radioativo no momento do ataque.

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Em retaliação, Irã ataca hospital

Em retaliação, o Irã lançou mais de 400 mísseis e cerca de 1.000 drones contra Israel desde o início da ofensiva israelense na sexta-feira anterior (13). Na manhã desta quinta-feira (19), um míssil balístico atingiu o hospital Soroka, em Beersheba, no sul de Israel. A instalação de mil leitos, que atende cerca de 1 milhão de pessoas, sofreu danos severos. Graças à transferência prévia de pacientes para áreas blindadas, apenas 76 feridos foram contabilizados, seis em estado grave.

Segundo a mídia iraniana, o alvo do míssil era um centro militar próximo ao hospital, e não a unidade de saúde em si. Ainda assim, o episódio gerou forte reação do governo israelense. O ministro da Defesa, Israel Katz, declarou que o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, “não pode mais existir” após ordenar ataques contra civis. Katz afirmou que o objetivo da campanha é “desestabilizar os aiatolás” e “eliminar ameaças à existência do Estado de Israel”.

A jornalistas em Holon, perto de Tel Aviv, Israel Katz teria dito, segundo a BBC News: “Khamenei declara abertamente que quer que Israel seja destruído, ele pessoalmente dá a ordem de atirar em hospitais”. “Ele considera a destruição do Estado de Israel um objetivo… Não se pode mais permitir que tal homem exista.

Mais cedo, a mídia estatal iraniana disse que o principal alvo do ataque com mísseis desta manhã era instalações militares próximas ao hospital.

O premiê israelense Benjamim Netanyahu declarou que “os tiranos irão pagar o preço total” pelos ataques a Israel, sinalizando que não pretende interromper a operação.

O número de mortos no Irã também segue em ascensão. Autoridades locais relatam ao menos 224 vítimas fatais, em sua maioria civis. Já a ONG Human Rights Activists, sediada em Washington, estima que o total ultrapasse 585 mortos e 1.300 feridos.

Em Israel, os ataques iranianos resultaram em 24 mortos e mais de 500 feridos até o momento.

Expectativa é por decisão de Trump

Analistas apontam que, embora as forças israelenses operem com ampla liberdade no espaço aéreo iraniano, a destruição de alvos subterrâneos depende do envolvimento direto dos EUA. O presidente Donald Trump aprovou planos de ataque ao Irã, segundo revelou o Wall Street Journal, mas ainda aguarda sinais de que Teerã desistirá de seu programa nuclear antes de ordenar qualquer ofensiva. Trump declarou na quarta-feira (18) que espera uma “rendição incondicional” do regime iraniano e descartou um mero cessar-fogo.

Fontes ouvidas pela Bloomberg e pelo Axios afirmam que o governo dos EUA avalia uma operação nos próximos dias. Entre as possibilidades está o uso da bomba antibunker GBU-57 MOP (Massive Ordnance Penetrator), capaz de atingir alvos subterrâneos como o reator nuclear de Fordo, construído em grande profundidade e considerado fora do alcance da aviação israelense. As MOPs nunca foram usadas em combate, apenas em testes, e estão atualmente integradas apenas ao arsenal dos bombardeiros furtivos B-2 norte-americanos.

Israel, por sua vez, estuda formas alternativas para atingir Fordo, incluindo operações terrestres. Segundo relatos publicados pelo Axios, oficiais israelenses disseram a autoridades americanas que, se não puderem destruir Fordo com bombas, “fariam isso com humanos”.

Enquanto isso, o Irã mantém a posição de que seu programa nuclear é pacífico, apesar de enriquecer urânio a níveis de até 60%, um passo técnico próximo ao necessário para armamento atômico.



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