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Dono do Banco Master vende R$ 1,5 bi em ativos ao BTG Pactual


O dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, vendeu R$ 1,5 bilhão em ativos de outras empresas ao BTG Pactual sob o compromisso de destinar o dinheiro para o Master, que recentemente conseguiu um empréstimo de cerca de R$ 4 bilhões do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Entre os ativos vendidos por Vorcaro, estão participações na Light, no Pão de Açúcar e na Méliuz, além da unidade do Hotel Fasano de São Paulo.

Ao informar sobre a operação, o BTG citou a “aquisição de imóveis, créditos, direitos creditórios, outras ações listadas em percentuais inferiores a 5% e participações societárias privadas detidas, direta ou indiretamente”.

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A negociação entre Vorcaro e o banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, durou meses.

No mês passado, o BTG negou ter feito qualquer proposta. No início de maio, o diretor financeiro do BTG, Renato Cohn, afirmou que o banco não tinha interesse “proativo” nos ativos do Master”, mas, admitiu a possibilidade de análise de “algumas coisas dentro de uma solução maior para o caso.”

Com a operação, Vorcaro ganhou mais tempo para resolver a crise de liquidez do Master.

O banco ganhou evidência na imprensa no fim de março, quando recebeu oferta de compra de 58% de seu capital pelo Banco de Brasília (BRB), que é uma estatal do Distrito Federal. A operação depende da aprovação do Banco Central (BC).

Venda do Master para o BRB gerou críticas de outros bancos

O anúncio da venda do Master para o BRB gerou críticas dos grandes bancos privados, que chegaram a qualificar a transação como “indigesta”.

Uma das críticas alerta para os riscos de o BRB – um banco público de médio porte, no qual o governo do Distrito Federal detém 96% das ações ordinárias – adquirir um banco privado conhecido por captar recursos há anos por meio de títulos considerados de alto risco.

O Master tem sido acusado de esconder riscos em seus balanços sobre a contabilidade de ativos e passivos vinculados a precatórios. A omissão dos riscos nos balanços foi possível graças a uma norma editada pelo BC em 2023.

Os precatórios – dívidas que os governos são obrigados a pagar pela Justiça – são ativos considerados de alto risco para os bancos porque têm baixa liquidez. Isso quer dizer que são ativos difíceis de vender no curto prazo, o que dificulta a saúde financeira dos bancos no caso da necessidade de recursos para honrar dívidas.

No caso de a compra do Banco Master resultar em prejuízos, o impacto pode recair sobre os cofres públicos e, por conseguinte, sobre os contribuintes. Esse tipo de resultado contraria o princípio de que os riscos do setor privado devem ser arcados por seus próprios acionistas.

Além disso, a transação é criticada pelo fato de que mesmo comprando 58% do capital total do Banco Master, o BRB não terá o controle acionário.

De acordo com a negociação, Daniel Vorcaro manterá a maioria das ações com poder de voto.  

Banco Central ainda analisa venda do Master

O Banco Central ainda não decidiu se aprova ou não a venda dos 58% do Master para o BRB, que, segundo apuração do Valor Econômico, está contratando um serviço de “fairness opinion” para validar a compra.

A “fairness opinion” trata-se de um parecer externo independente usado em casos de fusão e aquisição (M&A, na sigla em inglês) mais complexos.



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