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Japão indeniza homem que estava no corredor da morte – 25/03/2025 – Mundo


Um tribunal do Japão concedeu US$ 1,4 milhão (cerca de R$ 8 milhões) a um homem que passou 47 anos preso —44 deles no corredor da morte— por uma condenação por assassinato posteriormente anulada, segundo a emissora nacional do país.

Um tribunal de Shizuoka, cidade a oeste da capital, Tóquio, ordenou que o governo pagasse 217 milhões de ienes a Iwao Hakamada, atualmente com 89 anos, na segunda-feira (24). Ele havia sido condenado pela morte de quatro pessoas em 1966.

Seus advogados de defesa argumentaram que a polícia forçou uma confissão e fabricou provas, o que lhe rendeu um novo julgamento no ano passado que levou à sua absolvição. Não há confirmação oficial, mas ele pode ser o detento que passou mais tempo preso no corredor da morte no mundo.

O pagamento, provavelmente o maior da história do Japão em um caso criminal, foi uma compensação pelas quase cinco décadas que Hakamada passou detido, de acordo com a NHK. Isso representa aproximadamente US$ 83 (R$ 476) por cada dia em que ele esteve detido.

Ex-pugilista peso pena, Hakamada sempre afirmou que se declarou culpado após ser interrogado por 20 dias, durante os quais foi espancado com bastões e privado de sono. Ele retirou sua confissão logo depois de pronunciá-la.

Hakamada trabalhava em uma fábrica de processamento de missô —um ingrediente tradicional da culinária japonesa feito a partir da fermentação de soja, arroz e sal— e foi considerado culpado em 1968 por matar o próprio chefe, além da esposa dele e os dois filhos adolescentes do casal.

A Suprema Corte do Japão o condenou à morte em 1980. Em 2014, os advogados de Hakamada conseguiram um novo julgamento e sua libertação depois que testes mostraram que o sangue nas roupas que a polícia havia usado como prova não continha seu DNA.

Depois que o tribunal de Shizuoka concedeu a Hakamada um novo julgamento, o Tribunal Superior de Tóquio reverteu a decisão e se recusou a reabrir o caso.

Em 2020, a Suprema Corte concordou com o tribunal e ordenou um novo julgamento, que terminou com sua absolvição em setembro do ano passado.

Na manhã desta terça-feira (25), Hideyo Ogawa, um dos advogados de Hakamada, disse aos repórteres que o pagamento só compensaria em parte as dificuldades que ele sofreu. “O país cometeu um crime contra ele”, declarou Ogawa.

As décadas de detenção, muitas vezes em confinamento solitário com a ameaça de execução a qualquer momento, tiveram um grande impacto na saúde mental de Hakamada, de acordo com os advogados e os familiares dele. Desde 2014, ele vive sob os cuidados da irmã.



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