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Reação do mercado a Lula reflete desconfiança do futuro



O ex-presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, disse que a reação de setores do mercado ao governo Lula reflete a expectativa negativa em relação ao futuro e não um posicionamento político-ideológico.

“O mercado não é um partido político. Ele não tem uma posição uniforme. Este é um erro de avaliação cometido por muitos políticos. ‘O mercado acha isso, o mercado fez aquilo’… O mercado é formado por gestores do país inteiro, de pequenos ou grandes fundos, de pequenas ou grandes empresas, que vão tomando posições baseadas no que acham que vai acontecer na economia. E isso é feito independentemente de julgamento político”, disse Meirelles em entrevista ao jornal Metrópoles, nesta segunda-feira (24).

“O mercado não se manifesta politicamente. Um operador de um grande fundo não vai agir assim ou assado por causa de um posicionamento contrário ou favorável ao governo. Se fizer isso, vai fracassar. Ele precisa estar focado no retorno potencial dos ativos nos quais está aplicado, sejam ações, Bolsa, juros de curto ou longo prazo etc. O mercado reage à expectativa em relação ao desempenho da economia, mas não reage de uma forma uníssona. Se tem mais comprador na Bolsa do que vendedor, a Bolsa sobe. Se tem mais vendedor do que comprador, a Bolsa cai. Não se trata de uma posição partidária”, completou.

De acordo com Meirelles, as maiores preocupações dos agentes econômicos neste momento estão centradas na expansão fiscal promovida pelo governo Lula, na escalada da inflação e na incerteza sobre o compromisso com o ajuste das contas públicas.

Meireles ainda disse que Gabriel Galípolo “está indo bem” no comando do Banco Central, apesar das críticas do PT sobre a taxa de juros, e elogiou os esforços do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Para Meirelles, Haddad tem tentado fazer um bom trabalho buscando equilíbrio fiscal, mas enfrenta a resistência de outros ministros do governo que não querem cortar gastos.

“A grande dúvida é até que ponto o ministro vai conseguir aplicar algum regime de contenção de despesas. O governo já tentou cobrir a expansão de despesas com aumento de impostos, mas a tributação do Brasil já é uma das mais altas do mundo. Então, o caminho não é por aí. Terá de ser, necessariamente, por uma limitação de gastos”, afirmou Meirelles.

Meireles declarou apoio a Lula em 2022

Henrique Meirelles presidiu o Banco Central nos dois primeiros mandatos de Lula no e foi ministro da Fazenda durante o governo de Michel Temer (2016-2018), após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Em 2022, Meirelles declarou voto em Lula. “Na minha opinião, o que interessa à população, que é emprego, renda e melhor padrão de vida. E mostrar quem faz, quem realiza”, afirmou Meirelles na época, em uma série de publicações no X.



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