Lauro Péricles era um legítimo contador de histórias. Quando instigado, adorava relembrar passagens de sua vida, mas sem afetação. Era um pessoa simples e ficava sem jeito ao ser elogiado ou paparicado.
“Meu pai sempre incentivou muito a leitura. Todo mundo gosta de ler na minha casa. A gente lia muito junto, escutava música junto, porque meu pai gostava muito de música clássica. Eu e meu irmão éramos roqueiros, mas crescemos nesse universo da música clássica”, diz Laura Gonçalves.
Era conhecido por ser divertido e gostar de gente. “Ele se envolvia com os nossos amigos e contava os causos dele, inventava umas coisas. Era um pai muito bacana. Eu tenho muito orgulho dele”, afirma Laura.
Lauro Péricles foi prefeito de Campinas, interior de São Paulo, de 1973 a 1977. Em sua gestão, foram executadas obras importantes e históricas que viraram símbolos do município. Entre elas estão o viaduto São Paulo, conhecido como Laurão. Ele liga o centro à rodovia D. Pedro I e aos distritos de Sousas e Joaquim Egídio.
Também são de sua gestão o Observatório Municipal de Campinas, posteriormente batizado de Jean Nicolini, que foi o primeiro observatório municipal do país, e o Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, um dos principais da cidade.
Antes de se tornar prefeito, foi secretário de Negócios Jurídicos do prefeito Orestes Quércia e assumiu o Departamento de Água e Esgoto, que auxiliou a transformar na Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento), empresa da qual foi presidente anos mais tarde.
Ajudou a implantar os centros de treinamento do Guarani e da Ponte Preta e da Academia Campinense de Letras. Também são legado de Lauro o Auditório Beethoven, nome oficial da Concha Acústica da Lagoa do Taquaral, e as calçadas em mosaico português com a figura de andorinhas, que são símbolos da cidade.
No governo estadual, Lauro Péricles foi presidente da Sabesp (empresa de abastecimento de água de São Paulo) e da CPFL.
Nascido em Monte Santo de Minas, em Minas Gerais, em 18 de junho de 1935, Lauro Péricles chegou a Campinas no final da década de 1950 para cursar direito na PUC-Campinas e nunca mais deixou a cidade.
Ele morreu no domingo (16), em casa, aos 89 anos, em decorrência de um câncer. Deixou a mulher, Maria Lázara, a filha Laura, e duas netas, filhas de seu filho Marco Aurélio, morto em 2021.
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