“Amanhã eu faço hemodiálise, depois posso falar com você”, disse, em áudio, Silvio Cássio Bernardo, 57, intérprete da drag queen Silvetty Montilla, um dos nomes mais conhecidos da noite gay de São Paulo, em conversa comigo na segunda-feira.
A rotina do artista mudou nos últimos dias: saíram de cena as apresentações em boates e festas. Agora, o ambiente hospitalar é o mais frequentado pelo performer. As sessões de hemodiálise ocorrem três vezes por semana, conta Xandy Romanello, seu assessor. “O quadro se agravou devido ao diabetes. A doença foi tratada por 20 anos, mas causou falência renal”, explica.
Para se manter durante o período de afastamento dos palcos e custear os gastos com plano de saúde e deslocamentos, a equipe que a assessora abriu uma campanha via pix pelo e-mail c5sp@hotmail.com, em nome de Alexandre Donizete.
A Blue Space, casa noturna LGBT+ da rua Brigadeiro Galvão, na Barra Funda, mobilizou um show beneficente para esta quinta-feira (20) para arrecadar fundos para o tratamento de saúde da drag, uma de suas maiores estrelas. Os bilhetes esgotaram.
Silvetty espera agora o andamento da fila do SUS para que receba um novo rim. A equipe diz que a irmã, Marines, é uma doadora em potencial.
Em entrevista a este jornalista em 2021, durante a pandemia de Covid-19, Silvetty Montilla relatava a rotina de shows nas brechas possíveis do isolamento social entre as ondas do vírus respiratório.
“As pessoas pensam que porque eu sou Silvetty Montilla eu sou rica, milionária. São pensamentos doidos. A gente só tem dinheiro enquanto trabalha”, desabafou.
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