O brasileiro Vitor de Sousa Lima, de 28 anos, está na lista de “piores imigrantes detidos” pelo governo dos EUA que foi divulgada pela Casa Branca neste domingo (26).
Conforme o governo americano, o brasileiro foi preso no sábado (25), por agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês), que é responsável pelo controle das fronteiras dos EUA. A prisão dele ocorreu em Boston, cidade que fica localizada no estado de Massachusetts.
Segundo informações do portal Metrópoles, Vitor, que é natural de Inhapim, Minas Gerais, causou um acidente fatal em 2014 no Brasil, quando colidiu com uma motocicleta, matando Francisco Marcos de Souza e seu filho, Michael Vieira de Souza. Após o acidente, ele fugiu para um matagal e só se apresentou à polícia três dias depois, sendo preso por ordem judicial.
O comunicado dos EUA cita apenas que Vitor foi detido por ter sido condenado por homicídio, mas não esclarece como o brasileiro entrou no país nem se ele cometeu o mesmo crime em território americano ou se foi detido pelo crime de 2014, ocorrido no Brasil.
Em resposta à Gazeta do Povo, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais confirmou detalhes do caso envolvendo Vitor. De acordo com as informações do Tribunal, baseadas nos autos do processo, ele estava conduzindo seu veículo em alta velocidade e, por isso, foi abordado pela polícia. O homem então desobedeceu as ordens de parada emitidas pelas autoridades e, na fuga, atropelou as vítimas.
“Ao término do processo criminal, Vitor foi definitivamente condenado a 4 anos e 23 dias de detenção pelo duplo homicídio culposo causado no trânsito, com o regime inicial aberto. A pena privativa de liberdade foi convertida em duas penas restritivas de direitos: prestação pecuniária e prestação de serviços comunitários. Após esses fatos, Vitor fugiu do território brasileiro, assumindo a condição de foragido da justiça”, cita a resposta.
O Tribunal disse que “a Vara de Execuções Penais de Inhapim, ao tomar conhecimento de sua situação, determinou a inclusão do nome do réu na lista de Difusão Vermelha da Interpol. Contudo, devido à atribuição de efeito suspensivo a um recurso interposto pela Defesa [de Vitor], tal determinação foi revogada, resultando na retirada de seu nome da referida lista”.
“Recentemente, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais negou provimento ao recurso apresentado por Vitor. Assim, o Juízo das Execuções Penais retomará o andamento do caso, impondo o cumprimento da pena em regime aberto, com as condições pertinentes, incluindo o monitoramento eletrônico”, acrescentou.
A Gazeta do Povo também entrou em contato com o Itamaraty e o ICE para comentar o caso, mas até o momento da publicação desta matéria, ainda não recebeu as respostas. A informação será atualizada em caso de manifestação.
Além de Vitor, foram detidos outros oito homens com histórico criminal grave, incluindo um estuprador de crianças do México, um homem da Jordânia que é suspeito de ter ligação com o Estado Islâmico e membros da gangue MS-13 de El Salvador. Entre os detidos também está um hondurenho encontrado com cocaína, fentanil e armas de fogo, além de outros indivíduos com condenações por homicídio e crimes de violência sexual. Segundo a Casa Branca, todos serão deportados, incluindo o brasileiro.
“Como comandante-em-chefe, não tenho responsabilidade maior do que defender nosso país de ameaças e invasões, e é exatamente isso que faremos em um nível que ninguém jamais viu antes”, disse o presidente Donald Trump, conforme comunicado da Casa Branca no X.
Líderes conservadores elogiaram a postura firme de Trump em relação aos imigrantes criminosos. Um estrategista do Partido Republicano declarou anonimamente à emissora Fox News que “o governo [de Joe] Biden sabia exatamente onde estavam esses pedófilos, assassinos e estupradores e não fez nada a respeito”.
“Trump recebeu um mandato para executar sua agenda America First [América em Primeiro Lugar], e isso começa com restaurar o estado de direito, proteger nossas fronteiras e punir criminosos conhecidos”, acrescentou o estrategista.
Somente neste domingo, o governo Trump capturou mais de 900 imigrantes ilegais nos EUA, segundo informações da BBC. Tom Homan, o “czar da fronteira” de Trump, responsável pela coordenação das operações de imigração, afirmou em entrevista à emissora ABC News que os esforços devem continuar a aumentar.
“Nosso foco no momento são ameaças à segurança pública e nacional”, destacou.
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