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Ditador de Belarus prolonga ditadura em nova “eleição”



O ditador de Belarus, Alexander Lukashenko, foi reeleito neste domingo (26) para um sétimo mandato em eleições denunciadas por fraude e falta de representatividade de opositores que, em sua maioria, estão no exílio devido à repressão do regime. Segundo as primeiras pesquisas oficiais de boca de urna, Lukashenko conseguiu apoio de 87,6% dos eleitores.

Com a vitória, o ditador, que está no poder desde 1994, permanecerá até 2030. O voto contra todos os candidatos foi a segunda opção mais escolhida nas urnas, com 5,1% dos votos, de acordo com o Comitê de Organizações Juvenis, que realizou a pesquisa.

O terceiro mais votado foi o comunista Sergey Sirankov, que apoiou abertamente a “reeleição” do líder bielorrusso, com 2,7% das cédulas, seguido por Oleg Gaidukévich, com 1,8%, Anna Kanopatskaya, com 1,6%, e Alexandr Jizhniak, com 1,2%.

A oposição no exílio, que não reconhece Lukashenko como presidente legítimo, convocou seus apoiadores a marcar a opção “contra todos” na cédula eleitoral como a única forma possível de protesto pacífico.

Kanopatskaya, que concorreu à presidência há cinco anos, foi a única candidata desta vez que ousou criticar publicamente o regime de Lukashenko, embora a oposição democrática a considere uma “candidata da KGB”.

Ela disse à Agência EFE nesta semana que o modelo autoritário imposto por Lukashenko após sua chegada ao poder em 1994 está esgotado e que é hora de ele renunciar para reformar o sistema político e econômico.

Lukashenko, o governante há mais tempo no poder na Europa, havia prometido, após os grandes protestos contra o governo em 2020 e 2021, que não se candidataria à reeleição.

De acordo com os últimos números da Comissão Eleitoral Central (CEC), menos de duas horas após o fechamento das urnas, mais de 81% dos quase 7 milhões de bielorrussos aptos a votar haviam exercido o direito. Além disso, 41,81% do total de eleitores votou antecipadamente, o que a oposição considera um “disfarce para uma fraude”.

As autoridades bielorrussas não instalaram seções eleitorais no exterior, o que impediu que centenas de milhares de bielorrussos exilados após a repressão policial de 2020-2021 participassem da eleição presidencial.

Lukashenko, de 70 anos, disse neste domingo, após votar, que não se importa se os países ocidentais não reconhecerem as eleições presidenciais. “Se as reconhecem ou não, é uma questão de gosto. Para mim, tanto faz. O importante é que as eleições sejam reconhecidas pelos bielorrussos”, afirmou ele a jornalistas após votar em uma escola na capital do país, Minsk.

A alta representante da UE para Assuntos Externos, Kaja Kallas, disse no sábado que a proclamação de Alexander Lukashenko como presidente de Belarus após as eleições de domingo seria uma “afronta flagrante à democracia” e que ele não tem “nenhuma legitimidade”.

“Lukashenko se agarrou ao poder por 30 anos. Amanhã ele se proclamará novamente em outra farsa eleitoral. Isso é uma afronta flagrante à democracia. Lukashenko não tem legitimidade alguma”, escreveu a chefe da diplomacia europeia em redes sociais.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também enviou uma mensagem ao povo de Belarus, conclamando-o a se manter forte em relação às eleições deste domingo, ressaltando o apoio da UE e que “a ditadura vai acabar”.

Em uma resolução adotada na última quarta-feira, os eurodeputados pediram que a UE, seus países membros e a comunidade internacional não reconheçam a legitimidade daquele que é visto como o último ditador da Europa.

Dois dias depois, a Comissão Europeia (CE) afirmou que as eleições presidenciais são “antidemocráticas” e uma “farsa”.



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