O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (23) que exigirá a queda imediata da taxa de juros e que outros países deveriam seguir o exemplo.
Em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, ele afirmou que cobrará a medida logo após a redução do preço do petróleo, outra de seus reivindicações feitas aos líderes empresariais.
“Com a queda dos preços do petróleo, exigirei que a taxa de juros caia imediatamente e, da mesma forma, elas deveriam estar caindo em todo o mundo”, afirmou o presidente recém-empossado.
“Também vou pedir à Arábia Saudita e à Opep que reduzam o custo do petróleo”, complementou Trump, que avaliou que a medida contribuirá para o fim da guerra na Ucrânia.
Os comentários foram os primeiros de Trump na Presidência, que já dura quatro dias, para líderes empresariais e políticos globais, em um momento em que os mercados estão nervosos com seus planos de tarifas amplas sobre produtos importados.
Antes da posse de Trump, operadores do mercado financeiro reduziram a expectativa de corte de juros nos EUA para apenas um em todo ano. Em 2024, a previsão era que houvesse duas reduções na taxa.
A redução ocorreu após a divulgação do aumento de criação de vagas de trabalho para 256 mil em dezembro do ano passado. Já a taxa de desemprego caiu de 4,2%, em novembro para 4,1%.
Com isso, os operadores passaram a apostar que o Fed esperará pelo menos até junho para reduzir novamente a taxa de juros e encerrará seu ciclo de afrouxamento monetário logo em seguida.
A próxima reunião do Fed está marcada para a próxima semana, começando na terça-feira (28) e o anúncio será feito na quarta-feira (29). Atualmente, a taxa de juros nos EUA está entre 4,25% e 4,5% ao ano.
CRÍTICAS A DAVOS
As pessoas aplaudiram quando o rosto de Trump apareceu no telão. Trump, cujo primeiro cargo eletivo foi a Casa Branca, listou as mudanças rápidas que fez desde sua posse na segunda-feira.
Ele também criticou duramente seu antecessor Joe Biden e as políticas que dominam Davos há anos, desde as políticas de mudança climática até a diversidade. O ex-secretário de Estado dos EUA John Kerry, que serviu sob o comando de Biden, ficou visivelmente constrangido enquanto ouvia o discurso.
Trump prometeu reduzir a inflação com uma combinação de tarifas, desregulamentação e cortes de impostos, juntamente com sua repressão à imigração ilegal e o compromisso de tornar os Estados Unidos um centro de inteligência artificial, criptomoedas e combustíveis fósseis. Ele também criticou os níveis de tributação na União Europeia.
“Os Estados Unidos têm a maior quantidade de petróleo e gás do que qualquer outro país na Terra, e vamos usá-los”, disse Trump. “Isso não só reduzirá o custo de praticamente todos os bens e serviços, como também tornará os Estados Unidos uma superpotência manufatureira.”
O fórum de Davos deu a alguns executivos a oportunidade de questionar publicamente o presidente sobre questões que afetam seus negócios ou, em alguns casos, seus investimentos, projetos e interesses específicos.
Trump repetiu uma série de falsidades conhecidas —que os EUA tinham o ar e a água mais limpos durante seu primeiro mandato, que ele venceu por um grande número de votos nos Estados Unidos, que havia um “Green New Deal” nos EUA que ele havia revogado.
Entre os líderes empresariais estavam o presidente-executivo do Bank of America, Brian Moynihan, o presidente-executivo do Blackstone Group, Stephen Schwarzman, o presidente-executivo da TotalEnergies, Patrick Pouyanne, o presidente-executivo do Fórum Econômico Mundial, Borge Brende, e o fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab.
Mais de mil executivos, autoridades e outras pessoas de todo o mundo lotaram o salão principal da convenção para o discurso de Trump, incluindo o presidente polonês, Andrzej Duda.
Os líderes empresariais estão ansiosos para saber mais sobre os planos concretos de Trump em relação às tarifas, depois que ele ameaçou com amplas taxas de importação e sugeriu que elas poderiam começar em 1º de fevereiro.
Trump agiu rapidamente para reprimir a imigração, expandir a produção doméstica de energia e ameaçou impor tarifas pesadas à União Europeia, China, México e Canadá.
Trump também retirou os Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde e do acordo do clima de Paris. Ele disse que renomeará o Golfo do México como Golfo da América, embora outros países possam não adotar o novo nome. Ele também ameaçou retomar o Canal do Panamá do Panamá.
Ele perdoou mais de 1.500 partidários que atacaram o Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021, em um esforço fracassado para reverter sua derrota nas eleições de 2020, causando indignação entre parlamentares e policiais cujas vidas foram colocadas em risco.
Trump está se movendo para desmantelar os programas de diversidade dentro do governo dos EUA e está pressionando o setor privado a fazer o mesmo. Isso fez com que algumas pessoas em Davos procurassem novas palavras para descrever práticas no local de trabalho que, segundo elas, são essenciais para seus negócios.

Deixe um comentário