Numa mesma semana o governo pagou dois micos, ambos produzidos por uma espécie de autossuficiência que acomete poderosos de Brasília.
Um foi a barulheira em torno do Pix. Atribuíram-no a um erro de comunicação. Algum poderoso quis que o governo pudesse xeretar as transações de alto valor. A ideia não era má, porém seria um mau sinal. Hoje, grandes transações, amanhã…
O outro mico foi a desidratação da PEC da segurança pública. Nesse caso a ideia era má e disfarçava um desejo do comissariado petista.
Venderam ao ministro Ricardo Lewandowski a proposta de criação de uma Polícia Ostensiva Federal, expandindo as atribuições da existente Polícia Rodoviária Federal.
A POF era uma reciclagem da ideia de criação de uma Guarda Nacional, surgida nos dias seguintes ao 8 de janeiro. Essa força foi detonada pelos comandantes militares. Pudera, o fortalecimento da Guarda Nacional foi a espoleta do golpe militar de 15 de novembro de 1889, com a proclamação da República e o banimento da família imperial.
Na essência, tratava-se de criar uma “polícia nossa”. O precedente vinha do governo de Jair Bolsonaro, quando a PRF era conhecida como Polícia Rodoviária do Flávio, numa referência ao senador, filho do presidente. A PR do Flávio tentou melar o segundo turno da eleição de 2022 e seu diretor acabou na cadeia.
A POF foi desidratada e a Polícia Rodoviária passará a se chamar Viária, com mais alcance, mas sem os poderes que lhe dava o projeto.
Só a onipotência de poderosos de Brasília seria capaz de imaginar que uma POF fosse engolida pelos governadores e pelo Congresso.
Mau agouro
Num setor amaldiçoado, porque desde que o Pai da Aviação decolou em Paris, todas as grandes companhias aéreas brasileiras foram à garra, deu-se ao resultado da fusão da Gol com a Azul o título de “campeã nacional”.
Isso é chamar urucubaca.
Aviso amigo
Se o novo ministro Sidônio Palmeira, da Secom, não quiser ir para a frigideira pública, conseguirá de Lula algum poder sobre a farândula de eventos que o governo patrocina.
O repórter André Shalders mostrou que a Viúva gastou R$ 83,4 milhões em torno da reunião do G-20 realizada no Rio.
A Itaipu Binacional desembolsou mais de R$ 15 milhões.
Ganha uma viagem espacial quem souber o que Itaipu tem a ver com uma reunião do G20.
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