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67% acreditam que governo cobraria taxa sobre Pix, diz Quaest



O governo Lula perdeu credibilidade em meio à crise causada pela ampliação – e posterior revogação – do monitoramento do Pix. Apesar da regra já ter sido revogada, 67% dos brasileiros ainda acreditam que haverá uma taxação sobre os pagamentos instantâneos, segundo a pesquisa divulgada nesta sexta-feira (17) pela Quaest.

Outros 17% não acreditam que o governo cobraria imposto sobre o Pix e 16% disseram não saber sobre o assunto. Em setembro do ano passado, a Receita Federal definiu um ato normativo para fiscalizar transferências Pix acima de R$ 5 mil para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas a partir de 1º de janeiro.

A regra gerou intensa reação negativa neste mês, principalmente nas redes sociais. Em meio a pressão, o governo decidiu revogar o ato na quarta (15). O pesquisador Felipe Nunes, diretor da Quaest e professor da UFMG, disse que o “governo demorou a compreender o que estava acontecendo e entrou atrasado no assunto”.

“Timing é tudo para quem quer pautar debate digital. Foi em setembro que a medida foi anunciada pela Fazenda. O governo teve tempo”, escreveu Nunes no X ao divulgar o resultado do levantamento. Os dados mostram que 88% dos entrevistados ficaram sabendo sobre o debate envolvendo a medida do governo e 87% ouviram falar que o governo taxaria o Pix.

A Quaest apontou que 68% ficaram sabendo que o governo desmentiu a taxação, mas 31%, não. “As idas e vindas na comunicação do governo tem produzido desconfiança sobre que medidas serão adotadas ao final. Vale lembrar dois episódios: a taxação das blusinhas e o anúncio do pacote no corte de gastos”, disse Nunes.

“Ambos sinalizam, de formas diferentes, que o governo não sabe o que está fazendo. É como se revelasse insegurança. E o resultado acaba sendo mais desconfiança. Ou seja, a crise do governo hoje é de credibilidade”, emendou.

Fator Nikolas

A reação do governo só ganhou força após o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) questionar as novas regras do pagamento instantâneo em vídeo que viralizou nas redes sociais. Dentro do governo Lula, existe o entendimento de que houve disseminação de fake news sobre o tema.

O levantamento mostra que mais de 22 milhões de perfis comentaram sobre o assunto nas redes sociais do deputado no dia 15. Além disso, mais de 5,5 milhões de perfis únicos comentaram sobre o assunto, fazendo com que o impacto chegasse próximo de 152 milhões de perfis, de acordo com Nunes.

“Para efeito de comparação, o vídeo do Nikolas conseguiu ser mais visto que o vídeo do Messi no Instagram comemorando a vitória na Copa de 22, da Fernanda Torres e sua vitória no Globo de Ouro, e do próprio Trump celebrando a vitória presidencial de 2024”, disse o pesquisador.

Visualizações de vídeos (em milhões de views):

  • Nikolas e Pix: 291 milhões;
  • Messi e Copa 22: 206 milhões;
  • Fernanda torres e Globo de Ouro: 77 milhões;
  • Trump e eleição 24: 57 milhões.

Nunes considera que o recuo do governo foi um erro. “A revogação revelou a fragilidade do governo. Passou a impressão que o governo estava errado e que a oposição estava certa. O que gerou mais reação negativa no debate digital: até o dia 15/01 a derrota do governo nas redes era de 54 x 46. Depois do vídeo do Nikolas e da revogação da medida, virou um 86 x 14”, disse.

Segundo o levantamento, antes do dia 15 de janeiro, 46% das menções nas redes sociais eram pró-governo e 54% contra. Depois do dia 15, 86% das menções eram contra o governo e apenas 14% a favor. A Quaest ouviu 1.200 pessoas entre os dias 15 e 17 de janeiro, levando em consideração dados coletados entre 1º e 16 de janeiro, às 15h.



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